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Impacto do derrame da BP na saúde preocupam especialistas

Os médicos da região do Golfo do México precisam ficar atentos aos efeitos de curto e de longo prazo do derrame de petróleo na região, afirmaram especialistas em saúde norte-americanos na segunda-feira. Derrames anteriores mostraram que o contato com o petróleo e com substâncias químicas pode afetar pulmões, rins e fígado e a tensão mental é capaz de aumentar as taxas de ansiedade, depressão e de stress pós-traumático até seis anos depois.

A magnitude do derrame da BP é uma preocupação maior ainda, afirmou a médica Gina Solomon, especialista em medicina ambiental da Universidade da Califórnia em San Francisco e cientista sênior do grupo ativista Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. “O derrame de petróleo tem sido discutido exaustivamente como um desastre ecológico. As discussões sobre os efeitos à saúde têm sido mais limitadas”, afirmou Solomon, que escreveu um comentário no Journal of the American Medical Association.

Com base numa revisão de estudos sobre o desastre do Exxon Valdez no Alasca em 1989 e derrames na Espanha, na Coreia e em outros locais, Solomon citou quatro áreas principais de preocupação a partir da perspectiva da saúde. “A número um é a qualidade do ar, que talvez tenha sido a maior preocupação no início, quando o poço ainda estava vazando, mas felizmente está melhorando agora que o fluxo de petróleo parou”, afirmou Solomon numa entrevista por telefone.

“A segunda é o contato da pele com o petróleo”, afirmou ela, que afeta em sua maior parte os trabalhadores da limpeza ao longo das praias da região. Ela afirmou que a contaminação dos alimentos marinhos também é uma séria preocupação, pois a pesca foi reaberta. “As principais pescas no Golfo incluem camarão e ostras, que por acaso são muito ineficientes em se livrar dos derrames relacionados a petróleo”, afirmou ela.

E as questões de saúde mental também estão se tornando uma preocupação importante, já que milhares de pescadores da região estão à beira da ruína financeira por causa do vazamento. “Essa área estava acabando de se recuperar do (furacão) Katrina. Eles foram atingidos de novo com a crise econômica. Este é, na verdade, o terceiro golpe”, afirmou Solomon. “Os distúrbios psíquicos serão abundantes.”

Uma pesquisa feita com 599 moradores locais um ano após o derrame do Exxon Valdez indicou que as pessoas expostas ao vazamento tinham um risco 3,6 vezes maior de apresentar distúrbio de ansiedade, 2,9 vezes maior de ter distúrbio do stress pós-traumático e 2,1 vezes maior de apresentar sinais de depressão.

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