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Idoso rejeitado pela família passa fome em Nampula

Aquimo Claneque, residente no bairro de Namutequeliua, arredores da cidade de Nampula, desconhece a sua idade real. Apenas sabe dizer que nasceu no período colonial. Entretanto, aparenta ter pelo menos 70 anos. Ele foi expulso da casa onde morava acusado de bruxaria pela própria família. Vive dias difíceis, às vezes, sem uma refeição sequer ao dia.

Para além de frequentes dores de cabeça, o idoso tem o braço direito paralítico. Segundo contou ao @Verdade, a sua expulsão do convívio familiar começou quando a sua esposa faleceu, há 15 anos.

Acusam-no de ter morto a companheira recorrendo à feitiçaria. Por inerência desta conotação, é agora acusado de estar a recorrer à mesma superstição para matar alguns parentes. Os vizinhos, incluindo as crianças, dizem o mesmo e proferem palavras insultuosas contra a sua pessoa.

Claneque disse que não teve filhos com a única esposa com quem havia se casado. Não se casou novamente depois que a ela faleceu. Os seus familiares, tios e sobrinhos, com quem vivia, quando cozinhavam preferiam partilhar as refeições com os vizinhos, deixando-o passar fome.

Antes de fixar residência no bairro de Namutequeliua, Aquimo Claneque vivia no bairro de Nampaco com um amigo. Mal este morreu ele foi obrigado a abandonar a casa e procurar um outro abrigo alegadamente porque dava muito trabalho às pessoas que cuidavam dele.

Neste momento, Claneque mora numa casa abandonada que em tempos pertenceu a um sobrinho que fora cozinheiro dos colonos portugueses, com quem partiu para as terras lusitanas e ainda não regressou a Moçambique.

A casa está parcialmente destruída devido ao elevado estado de degradação e antiguidade. Mas é ali onde vive entregue à sua própria sorte. “Não peço esmola. Vivo de algumas ofertas de pessoas de boa fé sempre que me podem ajudar”.

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