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Honduras: confronto entre civis e militares deixa vários feridos

Militares responsáveis pela vigilância da Casa Presidencial de Honduras enfrentaram esta segunda-feira manifestantes que pediam o retorno do presidente deposto, Manuel Zelaya, e o incidente deixou vários feridos, constatou um fotógrafo da AFP.

“Há distúrbios, a polícia está reprimindo… Houve disparos e temos vários feridos”, disse o fotógrafo. “Os militares estão atirando à vontade” para desalojar centenas de manifestantes que se reuniram diante da Casa Presidencial, em Tegucigalpa, revelou o fotógrafo. “Há feridos por todos os lados: civis, militares, policiais”, disse o fotógrafo, que qualificou o confronto de “batalha campal”.

Segundo o jornalista, a polícia militar atirou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que responderam jogando pedras e queimando pneus. Dezenas de jovens, armados com barras de ferro e pedaços de pau, estavam concentrados desde cedo diante da Casa Presidencial para exigir o regresso de Zelaya, deposto no domingo.

Imagens de uma rede internacional de TV mostraram manifestantes lançando pedras contra a polícia, que reagiu com bombas de gás lacrimogêneo. Além de Tegucigalpa, ocorreram incidentes em San Pedro Sula, a segunda cidade do país, e em Progreso, onde duas pessoas foram baleadas.

Na capital, o protesto teve início na avenida João Paulo II, na zona da Casa Presidencial, onde os manifestantes isolaram cerca de 200 metros da via com barricadas e pneus queimados. “Estamos esperando o presidente Mel (Zelaya), o único”, disse à AFP um dos manifestantes, com o rosto coberto e armado com barra de ferro.

Apesar do toque de recolher, imposto às 21H00 local de domingo, muitos manifestantes passaram a noite na avenida João Paulo II. Juan Barahona, dirigente da central operária FUTH, disse à AFP que foi convocada uma greve geral e manifestações em todo o país para exigir a volta de Zelaya.

O presidente Zelaya foi deposto pelos militares após ignorar a decisão do Congresso e da Justiça contra um plebiscito sobre a reforma da Constituição. A presidência foi assumida por Roberto Micheletti, titular do Congresso, encarregado de concluir o mandato presidencial, até janeiro de 2010.

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