No bairro de Kokomela, na Vila da Namaacha, província de Maputo, anda à solta, e a causar terror, um grupo composto por 10 homens chamados “homens bikini”. Os moradores estão agastados e com os nervos à flor da pele porque o referido bando viola sexualmente mulheres, agride fisicamente a quem cruzar o seu caminho e for por ele interpelado. As suas incursões têm lugar na calada da noite.
Alguns residentes daquele bairro interpelados pelo @Verdade, por ainda guardarem más recordações das acções dos amigos do alheio, só aceitaram prestar declarações sob garantia de não revelação das suas identidades. Contaram que à noite ninguém dorme.
Todos são obrigados a ficar vigilantes porque a Polícia local é inoperante. Falta patrulhamento. Eles roubam e agridem sexual e fisicamente. As mulheres são as principais vítimas. Elas andam intranquilas por causa do medo e da insegurança que tomaram conta do bairro.
A situação não é recente. Segundo os moradores, já houve uma comissão encarregue de garantir o patrulhamento de Kokomela. Todavia, a mesma fracassou porque continha infiltrados, que forneciam informações aos “homens bikini” sobre as zonas a serem vigiadas.
Os “homens bikini”, de acordo com as declarações dos nossos entrevistados, andam munidos de objectos contundentes. No bairro há um recolher obrigatório: a população deita-se, mas atenta, muito cedo.
Veementemente preocupados, os interlocutores do @ Verdade afirmaram que em Namaacha todos desconfiam de tudo e de todos porque a Polícia chega um faz papel de mero espectador.
Ivone Mbate, de 25 anos de idade, quebrou o anonimato e a dado passo da entrevista disse que não há sossego na vila. Está a crescer o número de jovens que se dedicam ao crime, talvez devido à falta de emprego. Não se compreende que a Polícia tenha como justificação a falta de meios circulantes e de comunicação para garantir a tranquilidade no bairro.
A Polícia está alheia ao fenómeno
O @Verdade deslocou-se ao Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique, em Namaacha. Expusemos o caso. O chefe das operações que preferiu falar em anonimato, disse que o índice de criminalidade está controlado naquela vila.
Não há razões para preocupações porque a corporação tem sabido garantir a segurança à população. Em relação aos “homens bikini”, o agente afirmou não ter conhecimento do caso. O Comando ainda não recebeu nenhuma queixa por parte das vítimas.
Ele apelou para que os residentes da Vila de Namaacha colaborem no combate ao crime e percebam que o sucesso da Polícia depende do seu auxílio como membros da sociedade.
Violadores de fronteiras tiram sono à Polícia de Guarda Fronteira
O Sargento da Polícia de Guarda Fronteira na Vila da Namaacha, Algy Remane, disse que o número de indivíduos que viola a fronteira e, às vezes, traficando seres humanos, continua preocupante. Os homens são os que mais tentam atravessar a fronteira para a vizinha África do Sul à busca de melhores oportunidades de emprego.
Esta situação está a criar condições para a existência de mais focos de tráfico de pessoas de Moçambique para a terra do rand.
A Polícia de Guarda Fronteira, embora enfrente falta de meios circulantes e de comunicação, refere estar a fazer o que pode para contrariar as acções dos criminosos. Às vezes percorre-se a fronteira a pé para intervir em alguns casos.