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História de São Valentim

História de São Valentim

Entre nós, o Dia dos Namorados celebra o amor, a paixão entre amantes e a partilha de sentimentos. Todos os anos, no dia 14 de Fevereiro, ocorre a azáfama da troca de chocolates, envio de postais ou sms, oferta de flores ou chocolates. Muitos casais planeiam jantares românticos, noites especiais e fazem planos para surpreender e agradar à sua cara-metade. Há também quem escolha este dia para se declarar à pessoa amada e quem avance com pedidos de casamento, embebido pelo espírito do momento.

No Japão, este dia é celebrado desde 1936 e, tal como nós, a 14 de Fevereiro. É costume, nesta data, serem as mulheres a declararem o seu amor aos companheiros. De facto chocolates de cortesia/obrigação, são já muito populares. Os Estados Unidos representam, talvez, o expoente máximo da vertente comercial do dia de São Valentim. Nos dias que antecedem esta data, as lojas abastecem-se de cartões, flores e chocolates para que os enamorados possam mimar-se no dia 14 de Fevereiro.

Para os norte-americanos, a grande tradição é mesmo o envio de cartões às suas caras-metade. Isto porque foi nos EUA que se assistiu ao grande boom comercial. Em meados do séc. XIX, Esther A. Howland foi a pioneira desta produção massificada de cartões de S. Valentim, seguindo a tradição vinda de Inglaterra para as colónias americanas, permitindo que hoje seja essa a forma preferida de manifestar o amor no Dia dos Namorados. Cerca de 25% de todos os cartões enviados durante o ano são “valentines”, nome dado aos cartões de São Valentim.

Outros países têm as suas formas de celebrar o São Valentim. Em Itália, as pequenas comunidades fazem um grande banquete neste dia.

Na Reino Unido, desde a Idade Média que podem ser observadas celebrações neste dia. Em Inglaterra, era costume as crianças andarem a cantar de porta em porta vestidas de adultos. Ainda na ilha britânica, desta feita no País de Gales, os apaixonados trocavam presentes como colheres de pau com corações gravados e chaves e fechaduras simbolizando que um tinha a chave para o coração do outro. Grande parte destas tradições conseguiu manter-se inalterada através dos tempos. Outras houve que desapareceram por completo. Mas numa época de avanço tecnológico, estranho seria se novas tradições não surgissem. Exemplos disso são os imensos serviços de envio de SMS, tanto na televisão e rádio como na internet. E aqui o “boom” é, sem dúvida, bem maior, multiplicando-se as plataformas de envio de e-cards e e-mails. No entanto, não se preocupem os mais tradicionais… por muitos avanços que surjam, o chocolate há-de sempre saber bem nesta altura e, esse, não conseguem enviar por SMS, e-mail ou postal electrónico.

 

O Cupido

Quando se fala de amor é inevitável falar do Cupido. Este ser alado de aparência infantil e lançando flechas directas aos corações dos transeuntes para que se apaixonem perdidamente, é imprescindível na festa do Dia dos Namorados.

A sua história remonta à Antiguidade Clássica e às mitologias Grega e Romana.

Para os gregos, o seu nome é Eros, o jovem filho de Ares, o deus da guerra, e de Afrodite, a deusa do amor e da beleza. É descrito como «o mais belo dos deuses» por despertar o amor nos mortais, com o seu arco e flecha.

Na Roma Antiga, por seu lado, era conhecido como Cupido, tal como lhe chamamos hoje. Os romanos acreditavam que Cupido era filho de Vénus, a deusa da beleza e do amor, e do mensageiro alado dos deuses, Mercúrio.

A Lenda

Diz a lenda que Cupido teve um grande amor, Psyché, e que se dedicou a unir os corações, por ele próprio ter tido grandes dificuldades em consumá-lo com a sua bela mortal.

Por ciúme da beleza de Psyché, Vénus ordenou a Cupido que fizesse com que a jovem se apaixonasse por um monstro feio. Em vez disso, Cupido enamorou-se de Psyché e colocou-a num palácio, onde a visitava regularmente, apenas com uma condição: por ser mortal, a jovem não podia olhar para Cupido. Também num ataque de ciúmes, as irmãs de Psyché convenceram-na a olhar para ele e esta, curiosa, fê-lo enquanto Cupido dormia. Mas acordado por uma gota de óleo da lâmpada que caiu no corpo da jovem, ele acordou e castigou-a por o ter desrespeitado.

Sem palácio e sem amante, Psyché procurou Cupido por toda a parte mas só encontrou o templo de Vénus, onde a deusa lhe deu várias tarefas, na promessa de a unir com Cupido.

Psyché cumpriu-as todas com a excepção de uma: numa caixa dada por Vénus, ela deveria guardar alguma da beleza de Perséphone (mulher de Plutão), que se encontrava no mundo dos mortos.

Depois de vários conselhos para não realizar a tarefa e não abrir a caixa, Psyché abriu-a e, em vez de entrar a beleza de Perséphone, saiu um sono profundo e mortal que encobriu a jovem. Quando descobriu o que a sua mãe havia feito, Cupido foi atrás de Psyché, fez uso dos seus poderes e recolocou o «sono mortal» na caixa, trazendo a sua amada de volta à vida, e a quem perdoou.

Comovidos pelas acções e perseverança da jovem, os deuses fizeram dela também uma deusa, para que pudesse passar a eternidade junto do seu amor, Cupido.

A Metáfora

À semelhança de grande parte dos mitos e lendas que chegam até nós, também esta está carregada de simbolismo. Psyché, em grego, significa borboleta e a cruzada pela qual a jovem é forçada a passar, até se tornar a mais bonita das deusas, representa o percurso da pequena lagarta até se tornar uma borboleta esplendorosa. Em muitas pinturas, Psyché é retratada com grandes asas de borboleta, ao lado de Cupido.

A palavra psyché é também associada à alma. Aqui, o desabrochar da borboleta está ligado à libertação da alma do seu corpo terreno.

 

 

 

 


 

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