O Hospital Central de Nampula (HCN), o maior da região norte de Moçambique, não dispõe de sondas para o diagnóstico de doenças cardiovasculares em crianças de 10 anos de idade; por isso, recorre-se a aparelhos destinados a adultos, o que, para além de alguns riscos de saúde, não garante resultados fiáveis, segundo a Health 4 Moz, uma associação de direito privado que actua na área de desenvolvimento e assistência humanitária no país.
Eduardo Silva, cardiologista, pediatra e membro da Health4 Moz, assegura que o uso de um instrumento não adequado põe em causa a vida dos menores que são submetidos a testes cardiovasculares e a situação contribui para a ocorrência de erros médicos.
Para inverter o cenário, aquela associação de Médicos Sem Fronteiras está, desde 11 de Junho em curso, em Nampula, a formar profissionais de saúde de diversas áreas em matéria de rastreio e diagnóstico de doenças cardiovasculares.
Agostinho Joaquim, pediatra do HCN, reconheceu a insuficiência de meios na unidade sanitária onde trabalha, as dificuldades no atendimento de pacientes são várias e os profissionais de saúde estão expostos a diversos riscos decorrentes das suas actividades.
De referir que, recentemente, a Health4 Moz, em parceria com a Universidade Lúrio (UniLúrio) e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal), disponibilizou equipamentos de rastreio de patologias infantis ao HCN e ao Centro de Saúde 25 de Setembro.