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Haitianos desiludidos com seus dirigentes sonham com Obama ou Chávez

Três semanas depois do terremoto que devastou o Haiti, a popularidade do presidente René Préval está em queda livre e muitos haitianos sonham com um líder carismático como o americano Barack Obama, o venezuelano Hugo Chávez ou o cubano Fidel Castro.

“Nós, os haitianos, adoramos Chávez e Obama”, disse à AFP Frank Royemon, um jovem que foi contratado como intérprete por uma equipe de jornalistas americanos. “Depende dos dias: um dia gostamos mais de Obama, outro dia preferimos Chávez. Um deles deveria ser nosso presidente”, comentou.

No entanto, muito antes da chegada de ambos ao cenário internacional, o cubano Fidel Castro já era um ídolo na ilha do Caribe, observou Frank. “Fidel é, e sempre será, o favorito. Ele deveria fazer a revolução no Haiti”, afirmou. O terremoto do dia 12 de janeiro abalou as instituições haitianas, e o palácio presidencial parcialmente destruído no coração de Porto Príncipe se tornou o símbolo das dificuldades do poder haitiano para administrar as consequências da catástrofe.

Um acampamento precário foi instalado perto da sede em ruínas de uma repartição de justiça. Uma das moradoras, Richeline Sylva, 20 anos e mãe de uma filha, disse que “Chávez é o cara”. “Ele diz o que tem de ser dito”, afirmou. Para muitos haitianos, o truculento líder da esquerda radical sul-americana é um herói, assim como Obama, apesar das diferenças entre ambos. “Ficamos muito felizes quando ele ganhou”, relatou Richeline, referindo-se à vitória de Obama na eleição presidencial americana de novembro de 2008.

“O fato de Estados Unidos e Venezuela não se entenderem não é problema nosso. Os dois presidentes destes países poderiam ser os nossos”, comentou outra jovem, Géraldine. Apesar da forte presença americana em toda a capital, com as distribuições de ajuda humanitária, pode-se ver as cores da bandeira venezuelana em vários bairros, sobretudo os mais atingidos pelo terremoto.

“Acho que se Chávez viesse aqui, poderia ir onde quisesse sem que nada acontecesse com ele. Todo mundo o conhece e o respeita”, sintetizou Franck.

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