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Há 39 mil professores moçambicanos a ensinarem sem formação pedagógica

Pelo menos 39 mil dos 130 mil professores do sistema moçambicano de educação não possuem formação pedagógica, o que pode ser parte dos problemas de que os gestores de ensino e os pais e encarregados de educação se têm queixado e que na sua opinião depreciam a instrução.

Aliás, Jorge Ferrão, ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, disse que a cifra compromete o processo de ensino e aprendizagem e a melhoria da competência dos pedagogos ainda é um dos principais desafios na educação, na medida em que este sector tem um peso pujante no desenvolvimento do país. Por isso, apesar de o Governo continuar a elevar a competência dos docentes, a África Austral e o “mundo são chamados a dar maior atenção aos professores”.

Ferrão falava na abertura da Conferência Regional da África Austral sobre os Professores, que decorre em Maputo, sobre o lema “Promovendo a Qualidade da Educação a Partir da Qualidade do Professor”.

“Nós precisamos de elevar a qualidade da Educação, mas isso só será possível se elevarmos a qualidade do professor”, disse Hubert Gijzen, diretor do escritório regional da UNESCO para a África Austral, que para além de considerar que este desiderato depende de um trabalho multissectorial que leve em contra a formação, “o professor deve ser motivado e é necessário que recuperemos o seu papel dentro da sociedade”.

Em Abril deste ano, o Banco Mundial divulgou um inquérito sobre a Educação em Moçambique, no qual referia que o país tem o índice mais baixo de competência de docentes em comparação com outros cinco Estados africanos, designadamente Quénia, Tanzânia, Nigéria, Togo e Uganda. No teste da língua portuguesa, os nossos pedagogos só conseguiram identificar dois erros de um tola de 20. Na disciplina de Matemática, apenas 65% conseguiram subtrair 86-55. Assim, “os professores não podem ensinar sem saber e as crianças não podem aprender sem professores competentes”.

Segundo o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, Moçambique possui 40 instituições que graduam anualmente 10 mil professores para o ensino primário, enquanto os docentes do ensino secundário são formados por diversas universidades, em particular a Universidade Pedagógica (UP).

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