O Governo da Guiné Conacri decidiu adiar o ano letivo, cujo início estava previsto para 3 de outubro próximo, para uma data a anunciar devido à epidemia da febre hemorrágica do vírus do Ébola presente desde janeiro no país, onde ela fez 489 mortos em 740 casos, dos quais 543 confirmados.
Segundo a agência PANA, que cita o minsitro de Estado do Ensino Superio, Téliwell Diallo, os responsáveis das escolas guineenses trabalham arduamente para criar « todas as condições ideais de acolhimento dos alunos », nos seus locais de apreendizagem na abertura do proximo ano letivo.
As autoridades escolares multiplicam os anúncios sobre as novas medidas que serão tomadas, nomeadamente o envio de materiais de lavagem de mãos com lixívia e cloro antes da entrada nas salas de aulas.
Segundo os responsáveis do Ministério da Saúde, oito das 33 prefeituras do país estão doravante afetadas pela febre do Ébola e apenas a localidade de Télimélé, atingida por casos que fizeram vítimas, conseguiu conter a epidemia graças a « uma formidável campanha de sensibilização ». As quatro regiões naturais do país, nomeadamente a Guiné Florestal (Sul), a Alta Guiné (leste), a Guiné Marítima (oeste) e a Média Guiné (Norte), estão doravante afetadas pela doença.
Por seu turno, Presidente Alpha Condé recebe regularmente sindicalistas, atores da sociedade civil e operadores económicos para lhes instar a envolver-se mais na luta contra a doença, sem esperar as promessas de fundos feitas pelo Banco Mundial (200 milhões de dólares americanos) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), estimada em 100 milhões de dólares americanos.
O Presidente Condé sugeriu aos membros da sociedade civil a pôr à frente de cada uma das suas comissões um nativo da localidade a visitar, o que, segundo ele, poderá tranquilizar as populações. No entanto, jovens de várias localidades da região florestal (Sul), considerada como o epicentro da febre do Ébola, armados de paus continuam a desafiar os responsáveis locais e os agentes da saúde, alegando que « a febre Ébola é pura invenção ».
Durante as audiências, o Presidente Congé disse aos seus interlocutores que « a psicose da febre do Ébola » fez partir vários investidores, sublinhando que todos os hotéis de Conakry estão quase vazios atualmente.
A febre hemorrágica do vírus do Ébola é uma doença hemorrágica que provoca a morte entre 50 e 90 porcento dos pacientes que apresentam manifestações clínicas.
A patologia transmite-se por contacto direto com sangue, secreções, orgãos ou líquidos biológicos de pessoas infetadas e carateriza-se geralmente por um brusca subida de temperatura com fraqueza intensa, mialgias, dores de cabeça e de garganta. Ela é acompanhada ainda por sintomas como vómitos, diarreia, erupções cutâneas, insuficiência renal e hepática e hemorragias interna e externa.
Não existe até agora nenhuma vacina nem tratamento específico para esta doença infeciosa, apesar de haver ensaios neste sentido.