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Guiné-Bissau nomeia Governo após três meses e uma longa crise política

O novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristide Gomes, nomeou um novo gabinete ministerial, em consenso entre vários partidos políticos, após três meses sem nenhum, de modo a resolver a crise política que o país atravessa e preparar as eleições legislativas de 18 de Novembro.

O novo gabinete ministerial, que toma hoje posse, é o sexto da vigente legislatura, que começou em 2014, o mesmo ano no qual se desencadeou uma crise política nascida por discussões e brigas internas do mesmo partido governante, o Partido Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

O novo primeiro-ministro, nomeado na semana passada pelo presidente, José Mário Vaz, será também ministro de Economia e Finanças, e a ele somam-se outros 17 ministros e 8 Secretários de Estado, entre os quais apenas há quatro nomes de mulheres, enquanto cinco homens mantêm a sua pasta do antigo gabinete.

O novo Governo surge do diálogo entre o PAIGC e os outros quatro partidos com representação parlamentar, e nele figuram nomes próximos ao presidente como o ministro da Defesa, Eduardo Costa Sanha.

O executivo introduz três ministros que presidem partidos opositores em postos importantes: Agnelo Regala, da União pela Mudança (UM), é o novo presidente do Conselho de Ministros, do Partido Novo Democracia (PND), Iaia Djaló, é o ministro de Justiça e do Partido da Convergência Democrática (PCD), Vicente Fernandes, toma a pasta de Turismo.

A crise política na Guiné-Bissau e no seio do PAIGC data de 2014, ano eleitoral que se saldou com a vitória de Vaz. Desde então, o próprio chefe de Estado e o primeiro-ministro, Domingo Simões Pereira, enfrentaram-se publicamente apesar de pertencerem ao mesmo partido, o que gerou tensões internas.

Simões Pereira continuou como líder do PAIGC, enfrentando Vaz e os 15 deputados do partido -entre eles o ex-primeiro-ministro Baciro Djá-, que foram expulsos do partido em Janeiro de 2016 por “indisciplina”.

Estas lutas internas provocaram várias crises neste país da África Ocidental, que continua preso na paralisia política e numa grave situação económica. A Guiné-Bissau sofreu vários assassinatos de dirigentes e levantamentos militares desde que declarou a sua independência de Portugal em 1973, salvo os 23 anos de paz política sob o histórico líder João Bernardo “Nino” Vieira, derrubado em 1999.

O último golpe de Estado aconteceu em 2012, e em 2014 restaurou-se o sistema democrático, realizando-se eleições pluripartidárias que se saldaram com a vitória do PAIGC.

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