O guia supremo iraniano, Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira que “não há provas” de que a oposição tenha recebido apoio de potências estrangeiras, após os recentes protestos que causaram a maior crise da República Islâmica, indicou a TV estatal. “Não acuso os responsáveis pelos recentes incidentes no Irã de estarem subordinados a (países) estrangeiros, como Estados Unidos e Grã-Bretanha, já que não vi prova alguma dessas afirmações”, declarou o guia supremo em um comunicado divulgado pela TV oficial.
A reeleição do presidente Mahmud Ahmadinajad, no dia 12 de junho, provocou grandes protestos liderados pelos candidatos da oposição, que consideram as eleições fraudulentas.
Cerca de 4.000 manifestantes foram detidos durante os protestos pós-eleitorais, nos quais morreram oficialmente 30 pessoas, enquanto a oposição indica 69 mortes. Centenas ainda são mantidos na prisão. A oposição denuncia a morte de algumas pessoas nas prisões, assim como estupros e outros abusos.
O caso que ganhou destaque mundial foi a prisão da jovem francesa Clotilde Reiss no dia 1o de julho, acusada de ter participado das manifestações após a polêmica reeleição de Ahmadinejad. Junto dela também foram julgados dois funcionários locais das embaixadas francesa e britânica em Teerã. Reiss, que dava aulas de francês na Universidade de Isaphan (centro), compareceu em 8 de agosto em um tribunal da capital iraniana.
Ela admitiu ter participado dos protestos e redigido um relatório para um instituto ligado à embaixada da França.