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Guebuza reitera que pobreza “não pode acabar com gente sentada”

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reiterou esta quinta-feira que a pobreza que ainda graça grande parte da população não pode acabar enquanto haver gente sentada em casa sem fazer nada, por não acreditar que só trabalhando é que se vencem os obstáculos.

Falando hoje num comício popular na Localidade de Mavume, distrito de Funhalouro, inserido na presidência aberta e inclusiva a província de Inhambane, Sul do país, Guebuza sublinhou que a batalha contra a pobreza só pode ser superada com sacrifício, tal como a sorte que aparece quando ela é procurada. “A sorte não vem, ela se busca. Mesmo quando vamos a igreja rogar pela comida ela não pode vir sem que haja alguém a produzi-la”, indicou Guebuza, no seu contacto com a população daquela região que enfrenta grave crise de água para o consumo humano e abeberamento do gado.

O Presidente disse que a sorte é diferente do azar pois este último anda em todo o lado. Ele comparou o azar com a morte que aparece em todo lado, independentemente do lugar onde a pessoa se encontrar. “O azar anda em todo o lado, assim como quando alguém não trabalha morre de fome independentemente do local onde estiver”, vincou o estadista moçambicano, que Sexta-feira encerra a presidência aberta do presente ano, escalando o distrito de Morrumbene.

O Presidente disse ainda que o Governo moçambicano tem se empenhado em ajudar os seus concidadãos a acelerar o combate a pobreza através do fundo dos Sete Milhões que, apesar de não chegar para todos, deve ser utilizado com transparência para se multiplicar e ajudar mais gente. Guebuza salientou, na ocasião, a necessidade de cada beneficiário devolver o dinheiro proveniente deste fundo. Segundo o Presidente, “não devolver os sete milhões é igual ao roubo’. Os níveis de reembolso deste fundo continuam aquem das expectativas.

Por exemplo, a própria localidade de Mavume se beneficiou, desde o ano de 2007 até ao presente momento, de aproximadamente 2,5 milhões de meticais, mas apenas cerca de 218 mil meticais é que foram reembolsados. Os residentes de Mavume, tal como acontece em todos os comícios que Guebuza orienta, tiveram o direito de intervir, dando a sua contribuição em relação a forma como o governo deve encarar a luta contra a pobreza.

Alberto Mazive, um beneficiário do fundo dos Sete Milhões, pediu ajuda para colocar o resultado da sua produção, indicando que tem conservadas 14 toneladas de milho por falta de mercado. “Não digo que o milho não vai acabar vendendo lata por lata, mas seria melhor que houvesse um mercado mais aberto”, disse Ele, por sinal um líder tradicional, que para além de ter sido contemplado pelo fundo, foi lhe confiado um tractor. Apelidado agricultor de sucesso, ele sugeriu que o Programa Mundial de Alimentação (PMA) recorresse a produção das zonas recônditas para adquirir produtos que precisa nos seus programas de alívio a fome, como forma de valorizar aquela produção que se consegue com grande sacrifício.

Joaquina Manuel é uma outra residente de Mavume que falou dos sete milhões, na componente de produção de comida. “Este fundo é aplicado na agricultura, uma actividade que aqui em Mavume tem época. Quando esperamos essa época, o dinheiro acaba sendo usado para outros fins, para além de que é exíguo”, disse Ela. Fora destas questões, os pedidos de solução do grave problema de falta de água em Mavume foram tónica dominante nas intervenções dos populares.

Com efeito, esta localidade tem cerca de 6.685 habitantes abastecidos por 35 fontes de água, sendo 19 furos com bombas manuais, 15 poços de céu aberto e um pequeno sistema de abastecimento de água, este último avariado há sensivelmente um mês. A escassez da água nesta região torna-se maior pelo facto de a população estar muito dispersa, chegando mesmo um aglomerado populacional distar de outro por quinze quilómetros.

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