O Presidente da República, Armando Guebuza, deverá intervir na sede da ONU em Nova Iorque, na terceira semana deste Setembro, para falar do estágio da implementação dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), largamente fracassados em Moçambique.
A falta de recursos financeiros e de quadros à altura é apontada como principal motivo para o fracasso que se regista em praticamente todas as áreas visadas e nos quatro anos que faltam para o cumprimento do calendário poucas alterações ocorrerão: 2015 é a meta.
O sector da Educação em Moçambique, que tem arroladas mais de 250 mil crianças dos 6-11 anos fora da escola, tem um agravante: os hábitos e costumes, sobretudo no meio rural, que continuam a impedir a criança de ir à escola.
Em muitos casos, os rapazes nascem para apascentar gado, e quando crescerem emigrarem para a vizinha África do Sul, enquanto as meninas são forçadas a casamentos prematuros, mais grave ainda, não raras vezes com homens cuja idade até chega a superar a dos avôs.
Quando em 2000, 189 Estados Membros das Nações Unidas, 147 dos quais estavam representados pelos seus chefes de Estado, Moçambique incluído, se comprometeram a realizar os ODM, a perspectiva era e ainda é reduzir para metade, até ao ano 2015, o número de pobres que existiam no início do compromisso, com as projecções ambiciosas a indicarem uma cobertura universal até ao ano 2025.
