O Presidente da República, Armando Guebuza, voltou a enfatizar a necessidade do aumento da produção interna para contornar os efeitos da crise mundial e da necessidade da manutenção da paz que custou a conquistar em Moçambique.
Falando, esta terça-feira, no posto administrativo de Subuè, a duas horas de caminhada da sede distrital de Marínguè, antiga base central RENAMO, Guebuza apelou à população para apostar na produção de bens agrícolas “alternativos ao trigo importado”, para reduzir a dependência da região em relação àquele produto.
A mandioca e batatadoce foram apontados pelo estadista como produtos locais “com elevado potencial para a produção de pão de qualidade”, apelando ainda à mesma população no sentido de cultivar a jatrofa por forma a fazer face à crise de combustíveis no mercado mundial, situação agravada pela instabilidade política e social no Norte de África, região produtora de combustíveis fósseis.
Manter a paz Em “terreno inimigo”, Guebuza, que chegou rodeado de um impressionante dispositivo de protecção maioritariamente composto por efectivos da Força de Intervenção Rápida (FIR), repetiu a necessidade da preservação da paz.
Alguns residentes daquela região que usaram da palavra pediram ao Presidente a aceleração do processo de electrificação da zona bem como a extensão para o local dos serviços de telefonia fixa e móvel, escolas e unidades sanitárias.
Recorde-se que no âmbito dos preparativos da chegada de Guebuza à sede distrital de Marínguè, há duas semanas, registou-se uma refrega armada envolvendo elementos da FIR e presumíveis guerrilheiros da RENAMO que controlam a pista de aterragem de avionetas daquele local (Cm 3567, págs. 1 e 2).
Segundo uma publicação electrónica nacional, dos confrontos ter-se-iam registado pelo menos 13 mortos e “vários feridos” nas fileiras da FIR, sem haver referência a eventuais baixas do lado dos atacantes, que esse jornal diz claramente serem elementos da RENAMO.
Armando Guebuza trabalha esta quarta-feira em Inhaminga, outro local de grande implantação da RENAMO, onde até há menos de dez anos havia uma disputa por causa de infra-estruturas entre a antiga guerrilha e as autoridades oficiais, porque lá existia aquilo que o antigo movimento rebelde rotulava de “palácio” de Afonso Dhlakama.
Na quinta-feira, o Presidente vai visitar o distrito de Marromeu, último dia da Presidência Aberta e Inclusiva à província central de Sofala.