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Guebuza afastou Garrido “muito contrariado”

Meios habilitados asseguram que o Presidente da República, Armando Guebuza, desabafa, em ambientes muito reservados, ter demitido o ministro da Saúde, Ivo Garrido, “muito contrariado” e por “força das circunstâncias”.

Paulo Ivo Garrido gozava de prestígio popular em Moçambique, advindo da sua acção, e era estimado pelo próprio Armando Guebuza. O elemento determinante das referidas circunstâncias era a existência de riscos de reacendimento do clima de agitação social.

Entre o pessoal do sector da Saúde tinham sido referenciadas movimentações no sentido da convocação de uma greve – capaz de vir a dar continuidade às manifestações de protesto popular dos primeiros dois dias de Setembro passado.

O principal fulcro da inquietação com que o regime encarava o cenário de um reacendimento da agitação, para além do facto por si, eram os seus eventuais efeitos no plano externo.

Repercussões do inquério do INE

No seguimento de um inquérito ao rendimento das famílias, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) – o Banco Mundial, que acompanhou de perto os trabalhos, validou-o –, alguns dos principais países doadores, em especial os nórdicos, passaram a pressionar o Governo a aplicar-se com mais determinação na redução da pobreza interna.

O inquérito concluira que o país estava a crescer, mas a pobreza a alastrar. As pressões chamavam a atenção para um artigo publicado pela revista Economist, no qual se definia Moçambique como país a “cair na consideração internacional”.

No rescaldo dos protestos populares de Setembro, alguns dos países doadores advertiram as autoridades moçambicanas de que a situação os embaraçara e poderia mesmo vir a ter efeitos nefastos na continuação das suas ajudas.

Na sua visão das coisas, os protestos não deixariam de ser comumente interpretados como afloramento de descontentamentos internos decorrentes da pobreza – o que comprometeria o princípio da boa aplicação das suas ajudas.

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