O corpo de guardas prisionais em Cabo Verde, constituído por cerca de 200, iniciou, terça-feira (2), uma greve de 72 horas, para forçar o Governo a cumprir vários aspectos dum acordo assinado em Maio passado, apurou-se de fonte sindical.
Os sindicatos representativos da classe apontam questões ligadas ao pagamento das férias acumuladas e das horas extraordinárias e o horário de trabalho como algumas das reivindicações dos guardas prisionais que, até agora, não foram satisfeitas pelo Ministério da Justiça que tutela a gestão das prisões em Cabo verde.
Os guardas prisionais cabo-verdianos reivindicam ainda a resolução de questões ligadas ao fardamento, à disponibilização de transporte aos trabalhadores nas cadeias, ao pagamento das horas extraordinárias referentes a 2011, ao novo recrutamento de pessoal, bem como à equiparação à Polícia Nacional e às condições dignas de trabalho.
Nas negociações que antecederam o início da greve, as duas partes não chegaram a acordo para garantir os serviços mínimos nas cadeias. No entanto, o Governo decidiu recorrer a elementos do Corpo de Intervenção da Polícia Nacional para garantir a segurança nas cadeias, atitude que os sindicatos consideram ilegal, por violar a lei da greve.
Entretanto, o director-geral dos Serviços Prisionais e Reinserção Social, Jacob Vicente, considera que a greve de três dias dos agentes prisionais é desnecessária, uma vez que “todos os itens do acordo” estabelecido, em maio último, estão a ser cumpridos gradualmente.
O guardas prisionais já tinham ameaçado entrar em greve a 03 de Junho passado, dia em que estava agendada a leitura da sentença do caso “Lancha Voadora” em que os 16 arguidos, oito dos quais em prisão preventiva na cadeia central da Praia, são acusados de tráfico de drogas, lavagem de capitais e associação criminosa.
Na altura, foi alcançado um acordo de última hora para evitar a greve que podia levar ao adiamento da leitura da sentença do caso mais mediático julgado pela Justiça cabo-verdiana.