Os rebeldes muçulmanos do grupo seleka assinaram um cessar-fogo com a milícia cristã rival “anti-balaka” da República Centro-Africana nesta quarta-feira, depois de terem recuado da demanda pela divisão do país em dois de acordo com a crença religiosa.
A reivindicação do seleka para o país ser oficialmente dividido em um norte muçulmano e um sul cristão arriscou fracassar as negociações na República do Congo a fim de acabar com a violência religiosa que já matou milhares de pessoas.
O cessar-fogo foi assinado em Brazzaville, após três dias de negociações conduzidas pelo presidente congolês, Denis Sassou N’guesso, mediador na crise do seu país vizinho, o que obrigou um milhão de pessoas, ou cerca de um quarto da população centro-africana, a fugir de suas casas.
“Demos o primeiro passo hoje (quarta-feira). A viagem é longa, mas fizemos promessas. Depois do que aconteceu aqui, estou confiante”, disse Sassou N’guesso na cerimônia de assinatura.
As conversas em Brazzaville envolveram dezenas de membros de grupos armados, o governo de transição e membros da sociedade civil. Outras negociações serão agora realizadas na República Centro-Africana para elaborar detalhes sobre desarmamento e mapear o futuro político do país.
“Nós assinamos este acordo de cessar-fogo hoje na frente de todos. O nosso compromisso é firme e irreversível”, disse o chefe da delegação seleka nas negociações, Mohamed Moussa Dhaffane. O líder da delegação anti-balaka, Patrick Edouard Ngaissona, repetiu as promessas de paz, dizendo que quem romper o cessar-fogo será preso.