Moçambique é um dos quarto países africanos elegíveis para um crédito no valor de 100 milhões de dólares norte-americanos oferecido pelo Grupo Standard Bank destinado a impulsionar a produção agrícola e promover o crescimento económico das comunidades.
Segundo escreve a agência noticiosa Reuters, na fase-piloto o projecto vai beneficiar agricultores de Moçambique, Uganda, Ghana e Tanzânia nos próximos três anos para estimular a produção de culturas para a exportação.
Com vista à canalização do crédito aos destinatários, o Standard Bank rubricou acordos com instituições baseadas nos países seleccionados, num esquema que deverá abranger um universo de 750 mil agricultores.
Continente com muita terra arável e extensos recursos hídricos, a África enfrenta, porém, uma constante escassez de alimentos, que os analistas consideram ser resultado de práticas de má gestão dos fundos, de políticas governamentais pobres e falta de infra-estrutura de apoio aos agricultores.
A Reuters cita o director do Standard Bank para África, Clive Tasker, a dizer que a sua instituição bancária está igualmente a desenhar um esquema de financiamento para beneficiar outros agricultores em África, para o que deverão ser elegíveis projectos que sejam orientados para o incremento da produção de culturas de rendimento.
“O nosso compromisso é com o financiamento de uma agricultura em todo o âmbito da indústria. Vamos ajudar os agricultores com sementes e fertilizantes e pedir-lhes que tenham seguro agrícola para reduzir nossos riscos”, disse Tasker. A fonte referiu igualmente que o Standard Bank está também a considerar o financiamento de actividades de comercialização, através de uma cooperação com cooperativas agrícolas, visando a promoção do agronegócio.
Para tal, de acordo com a fonte, torna-se fundamental o aumento da produção de culturas no continente, feito que poderá ajudar as economias dos países africanos a tirar milhares de cidadãos da pobreza em que estão remetidos.
Entre as prioridades definidas por aquela instituição bancária destacam-se as culturas da castanha de caju, em Moçambique, e do cacau, no Ghana, sem que isso signifique a marginalização das demais culturas praticadas em África, em geral, e nos países escolhidos para a fase-piloto, em particular.
Nos últimos tempos nota-se um aumento da procura mundial de produtos como o cacau, chá, café e hortaliças produzidos em África, sendo que a actual demanda de fundos para o sector agrícola no continente resulta do crescente interesse com que a comunidade de investidores olha para o potencial africano.