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Grupo pró-direitos humanos diz que foram usadas bombas de fragmentação na Ucrânia

Provas colectadas pelo grupo pró-direitos humanos Human Rights Watch sugerem que as forças do governo utilizaram munição de fragmentação no leste da Ucrânia, e os separatistas pró-Rússia também podem ter usado esses projécteis, disse a entidade com sede em Nova York, esta terça-feira (21).

O porta-voz da operação militar do governo de Kiev contra a rebelião no leste do país negou as acusações. Os rebeldes não puderam ser contactados imediatamente para comentários. Bombas de fragmentação explodem no ar, espalhando dezenas de projécteis menores numa área do tamanho de um estádio desportivo.

A maioria dos países proibiu o seu uso com base numa convenção que tornou-se lei internacional em 2010, mas a Ucrânia não é signatária. O Human Rights Watch disse num comunicado que havia realizado uma investigação de uma semana no leste da Ucrânia, onde mais de 3.700 pessoas foram mortas no conflito desde Abril, e documentou o uso indiscriminado de munições de fragmentação.

A ONG disse que não podia determinar conclusivamente a responsabilidade de muitos dos ataques, mas “as provas apontam para a responsabilidade de forças do governo por vários ataques de munição de fragmentação” neste mês em Donetsk, o principal bastião dos rebeldes.

“É chocante ver uma arma que a maioria dos países baniu ser utilizada tão amplamente no leste da Ucrânia”, disse Mark Hiznay, pesquisador sénior de armamentos do Human Rights Watch. “As atoridades ucranianas têm de assumir o compromisso imediato de não utilizar munição de fragmentação e assinar o tratado para bani-la.”

Em 12 incidentes documentados, essa munição matou pelo menos seis pessoas e feriu dezenas de outras, mas os números podem ser muito maiores, disse a entidade.

“Nós não utilizamos munições de fragmentação. Elas podem ser apenas utilizadas pela aviação, e a nossa aviação não voou desde o anúncio de um cessar fogo a 5 de Setembro”, disse o porta-voz militar ucraniano Andriy Lysenko.

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