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Grupo indiano Tata lança o carro mais barato do mundo

O grupo indiano Tata lançou nesta segunda-feira o automóvel mais barato do mundo, o Nano, com vários meses de atraso e o temor de que a desaceleração econômica na Índia desestimule a classe média a comprar um carro revolucionário que custa apenas 2.000 dólares.

O pequeno automóvel de custo reduzido foi apresentado com grande pompa em Mumbai por Ratan Tata, presidente do conglomerado de mesmo nome, antes de chegar às concessionárias em abril.

“Acho que estamos oferecendo uma nova forma de transporte ao povo indiano e, depois, espero, a outros mercados do mundo”, indicou Ratan Tata na coletiva de imprensa durante o lançamento, que caracterizou de “histórico”.

“A atual situação econômica torna esse carro ainda mais atraente ao público comprador”, disse.

O Nano, prometido aos indianos a um preço recorde de 100.000 rúpias (2.000 dólares, o 1.500 euros) na sua versão mais básica, pode ser vendido na Europa a partir de 2010-2011, mas a 5.000 euros, pela exigência de equipamentos que se ajustem às normas de segurança e poluição.

Apenas de 30.000 a 50.000 unidades serão produzidas neste ano na Índia – a previsão inicial era de 250.000 unidades anuais -, por causa dos grandes obstáculos enfrentados pela Tata Motors, como abandonar uma fábrica do Nano praticamente pronta no estado de Bengala ocidental e construir uma nova em Gujarat.

As reservas para a compra do carro vão de 9 a 23 de abril, segundo o diretor-gerente da Tata, Ravi Kant. Depois, serão escolhidas por sorteio as primeiras 100.000 pessoas que conseguirão as chaves do carro.

As entregas começarão no início de julho. O Nano tem motor de apenas 624 cm3 – como o de uma moto -, sem ar condicionado, vidros elétricos ou direção hidráulica.

“Este é um carro com uma excelente relação qualidade-preço”, opinou Hasmukh Kakadia, um analista de investimentos de Mumbai.

As ações da Tata Motors dispararam até 8% nesta segunda e alcançaram um máximo de 173,85 rúpias antes de retroceder às 165,40 rúpias.

As concessionárias viram-se abarrotadas de consultas sobre o carro, cujo lançamento foi adiado por causa dos violentos protestos pela compra de terras agrícolas para construir a fábrica do Nano, o que obrigou a Tata Motors a transferir-se do Estado de Bengala Ocidental para Gujarat.

A nova fábrica de Gujarat, no entanto, só ficará pronto no fim do ano, o que provoca críticas ao lançamento, que muitos consideram precipitado. Alguns clientes terão de esperar mais de um ano para pode dirigir um Nano.

O lançamento acontece num momento difícil para a principal montadora da Índia, afetada pela desaceleração econômica e a contração do crédito na Índia e no exterior. A Tata espera que o Nano também seja um êxito internacional a longo prazo.

No início do mês, a empresa revelou um modelo europeu do Nano com ‘airbag’ e tapetes de couro, que chegará ao mercado em 2011, mas que será mais caro que o modelo indiano básico. Um modelo americano também está em estudo, mas requer um novo desenho para cumprir com os padrões de segurança americanos.

Os defensores do meio ambiente, no entanto, temem que o Nano piore os engarrafamentos nas ruas superpopulosas indianas, e agravem o problema da poluição. A Tata assegurou que o Nano será o carro menos poluente do país, com uma emissão de 101 gramas de dióxido de carbono por quilômetros.

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