O Hotel Cardoso passou a ser controlado na totalidade pelo grupo hoteleiro Westmont Hospitality com a venda das participações que as LAM e o Estado moçambicano possuíam naquele que é mais antigo hotel de luxo de Moçambique. Este grupo sediado no Canadá tem no seu portefólio mais de 500 hotéis em cinco continentes e o seu fundador é um proeminente membro da comunidade Aga Khan, que no nosso país controla também o Hotel Polana.
“No âmbito do processo de reestruturação do sector empresarial do Estado, com vista a torna-lo robusto e financeiramente sustentável, foi decidida alienar a participação social de 25,76 por cento detida pelo Estado na sociedade Hotel Cardoso S.A., à Mount Garden FZE/ Westmont International Development, Inc, acionista maioritário da sociedade, que manifestou interesse para o efeito”, pode-se ler num Despacho rubricado pelo primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, e publicado em Boletim da República no passado dia 30 de Abril de 2020.
Fonte sénior do IGEPE esclareceu ao @Verdade que o Estado encaixou cerca de 2 milhões de dólares norte-americanos com a venda.
O @Verdade apurou ainda que em 2019 as Linhas Aéreas de Moçambique também haviam vendido a sua participação de 12 por cento na sociedade Hotel Cardoso S.A. à Mount Garden FZE/ Westmont International Development, Inc, por cerca de 1 milhão de dólares.
A saída dos accionistas estatais está relacionada com os elevados investimentos que serão efectuados na reabilitação e modernização deste luxuoso hotel cuja existência remonta ao início do século 20 e que as LAM nem o Estado tem disponibilidade financeira para o fazerem.
Este emblemático hotel, que deve o seu nome a um comandante da marinha portuguesa de seu nome Augusto de Melo Pinto Cardoso e que era proprietário do terreno localizado defronte da Ponta Vermelha, já foi detido por holandeses, italianos, ingleses e, desde 2015, está nas mãos de um grupo hoteleiro originário da América do Norte.
O @Verdade descortinou que a Mount Garden FZE/ Westmont International Development, Inc, accionista maioritário do Hotel Cardoso desde a saída dos ingleses da Lonhro, é uma subsidiaria do grupo Westmont Hospitality sediado no Canadá.
Comunidade Aga Khan controla hotéis de luxo em Moçambique
Fundado e presidido por Majid Mangalji há 45 anos, um proeminente membro da comunidade ismaelita, o grupo Westmont gere centenas de unidades hoteleiras de luxo em cinco continente e tem no seu portefólio os hotéis Hilton, Marriott/Starwood, InterContinental, Hyatt, Fairmont, Rezidor, Radisson, Westin, Sheraton ou Holiday Inn.
Encerrado devido a pandemia da covid-19 a Administração não se disponibilizou a abordar os planos futuros para o Hotel Cardoso, porém é expectável uma reabilitação para coloca-lo ao nível dos padrões luxuosos da restante cadeia do grupo Westmont.
Ironicamente um outro ex-libris da hotelaria moçambicana, o Hotel Polana, também é controlado, desde 2010, por um grupo de investimentos pertencente à comunidade Aga Khan.