Centenas de trabalhadores sul-africanos em greve protestaram neste domingo para pressionar a Anglo American Platinum a revogar sua decisão de demitir 12 mil grevistas no meio de uma onda de disputas trabalhistas na maior economia da África.
Quase 50 pessoas morreram desde agosto em conflitos trabalhistas no setor da mineração, e o partido ANC, do presidente Jacob Zuma, enfrenta dificuldades para acalmar uma das principais revoltas populares do país desde o fim do apartheid, em 1994.
Centenas de trabalhadores, observados de perto pela polícia, protestaram em um estádio de futebol na cidade de Rustenburg, 120 quilómetros a noroeste de Johanesburgo.
“Ignorem aqueles SMSs que vocês recebendo dizendo que foram demitidos”, disse um líder trabalhista à rádio Eyewitness News.
As demissões na Amplats (Anglo American Platinum) na sexta-feira causaram uma queda de 4 por cento do rand, patamar mais baixo e 3,5 anos.
A Atlatsa Resources também demitiu alguns dos 2.500 trabalhadores grevistas, informou a empresa neste sábado. Cada minerador sustenta em média 8 a 10 pessoas, frequentemente vivendo na pobreza, de acordo com dados da indústria. As demissões podem acabar com a renda de mais de 100 mil pessoas.
Aumentos de salários até 22 por cento para encerrar uma greve na mina de platina da Lommin, no mês passado, fizeram trabalhadores entrar em greve em outras minas, montadoras de veículos e governos municipais.
Zuma tentou acalmar os investidores nesta semana ao dizer que, desde o fim da supremacia branca, os sul-africanos mostraram “capacidade de superar dificuldades quando nos unimos”.