Grevistas da mina da Lonmin em Marikana rejeitaram uma oferta salarial nesta sexta-feira, reduzindo as perspectivas de acabar com cinco semanas de greve que abalaram o setor de platina da África do Sul e mostraram a luta interna de poder no partido governista Congresso Nacional Africano (ANC).
Os trabalhadores da mina, onde a polícia matou a tiros 34 manifestantes no mês passado, rejeitaram a oferta, considerada como muito abaixo dos 12.500 rands (cerca de 45 mil meticais) por mês solicitados por membros da Associação dos Mineiros e Sindicato da Construção (AMCU).
“Nós não estamos interessados”, disse o grevista Molifi Phele, enquanto centenas de manifestantes agitando varas gritavam e dançavam ao redor dele no coração do “cinturão de platina”, 100 quilómetros a noroeste de Johanesburgo. “O que ele está oferecendo não dá para comprar nada. Tudo o que queremos é 12.500.”
O “Massacre de Marikana” de 16 de agosto afetou em cheio as relações industriais em todas as minas e tem o potencial de ser “extremamente prejudicial” para a maior economia da África, afirmou o ministro das Finanças, Pravin Gordhan, na semana passada.
Entretanto os Ministros sul africanos da justiça e da polícia, Jeff Radebe e Nathi Mthethwa, defenderm medidas severas contra manifestantes “ilegais” e com porte de qualquer tipo de armas
“As coisas poderiam ficar realmente feias”, disse Manik Narain, estrategista de mercados emergentes do UBS em Londres. “Há um risco de que o governo vai responder à inquietação com estímulo fiscal, o que não vai cair bem com as agências de rating”.
Separadamente, a polícia atirou gás lacrimogéneo e granadas para dispersar um outro grupo de grevistas em uma mina da Aquarius Platinum.
A Aquarius informou que tinha fechado a mina como medida de precaução. A mineradora global Xstrata fez o mesmo em uma mina de cromo nas proximidades.