Os mineiros sul-africanos fizeram uma greve na mina de minério de ferro Sishen, da Kumba Iron Ore, esta Quarta-feira (3), num novo sinal da escalada nos problemas trabalhistas na maior economia da África.
Muitos dos 75 mil mineiros sul-africanos, ou 15 por cento da força de trabalho total do sector de mineração no país, já estão em greves que atingiram mineradoras de platina e ouro, e ainda há ameaças de crescimento dos movimentos no país.
As últimas semanas de conflitos trabalhistas, em que mais de 45 pessoas foram mortas, suscitaram críticas ao partido governista Congresso Nacional Africano e ao presidente Jacob Zuma, que enfrenta um desafio de rivais internos do ANC antes de uma conferência da liderança do partido, em Dezembro.
“Os nossos membros em Sishen dizem que o pessoal entrou em greve a partir das 2h da manhã e o nosso entendimento é que os executivos voaram para lá esta manhã”, disse Gideon du Plessis, vice-secretário-geral do sindicato Solidariedade.
O Solidariedade não estava a participar da greve. Um porta-voz da Kuma recusou-se a comentar a informação da greve, mas disse que a empresa iria emitir um comunicado em breve.
A Kumba, uma unidade da mineradora Anglo American, é uma das 10 maiores produtoras do mundo do minério de ferro, que é utilizado na produção de aço.
A empresa produziu 41,3 milhões de toneladas de minério em 2011. A greve no sector de mineração de minério de ferro ocorre em meio a uma piora na situação de segurança na região de platina da África do Sul e a uma greve nacional de camionistas que está a afectar o fornecimento de combustível no país.