A Grécia planeia reduzir ainda mais os gastos públicos, as pensões e os salários do funcionalismo para atingir os 12 bilhões de euros em cortes exigidos por seus credores, segundo um projecto obtido, Sexta-feira (31), pela Reuters.
A lista inclui um polémico plano para a demissão de funcionários públicos, algo que colocará a prova a frágil coligação tripartidária comandada pelo primeiro-ministro grego, Antonis Samaras.
Mesmo que os líderes políticos ponham-se de acordo quanto às medidas, eles precisarão do aval dos inspectores da União Europeia e do FMI, que voltam a Atenas, próxima semana.
Se eles considerarem que as medidas são credíveis e verificáveis, deverão redigir um relatório a aprovar a continuidade da ajuda da UE e do FMI à Grécia, evitando assim que o país precise de declarar a moratória e abandonar o euro.
Dos quase 12 bilhões de euros envolvidos nos novos cortes, 4,6 bilhões viriam da redução de pensões, 1,39 bilhão da saúde, 1,32 bilhão dos salários do funcionalismo, e 1,27 bilhão de gastos administrativos.
A lista, obtida por uma fonte da coligação grega, foi formulada pelo Ministério das Finanças e submetida, esta semana, à aprovação dos três líderes partidários.
Houve um consenso em termos gerais, mas os dirigentes disseram que algumas medidas precisam de ser revistas, para garantir que não haja um impacto desproporcional sobre os mais desfavorecidos.
O partido socialista Pasok e a moderada Esquerda Democrática, sócios minoritários da coligação, opõem-se especialmente às reduções generalizadas de salários e pensões, e também são contra a chamada “reserva trabalhista”, pela qual até 40 mil funcionários públicos podem ser demitidos.
Pacotes de austeridade anteriores já causaram indignação e manifestações violentas na Grécia. Por causa da impopularidade das medidas e da deserção de alguns aliados, o governo socialista renunciou no final de 2011, abrindo espaço para dois governos de coligação que vieram em seguida.
Samaras promete fazer tudo o que for possível para convencer os credores de que será capaz de implementar novos cortes, e em troca ele espera que o país receba um prazo mais favorável para pagar as suas dívidas.