O Governo moçambicano está prestes a concluir um plano de investimento no sector agrário, destinado à mobilização de recursos públicos e privados para o aumento da produtividade agrícola.
“Ainda no decurso deste mês de Julho, vamos terminar o plano de investimento no sector agrário, na sequência da recente aprovação do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA)”, disse o ministro moçambicano da Agricultura, José Pacheco.
Segundo Pacheco, com o referido plano, o Governo estará em melhores condições para, de forma harmonizada e com maior precisão, continuar a acção de mobilizar recursos para serem investidos no sector agrário nacional.
Pacheco esclareceu que, basicamente, o investimento é para permitir a implementação dos pilares do PEDSA, “porque o que pretendemos é atrair investimento privado capaz de promover a produção directa e fazer o fomento da produção, para o aumento da produtividade do sector familiar”.
“O plano de investimento vai privilegiar a capacitação das comunidades, dos jovens e das mulheres, que são a maioria da força de trabalho nas zonas rurais para que sejam agricultores comerciais”, realçou o ministro da Agricultura, considerando que nos últimos tempos tem havido um “grande interesse por parte do sector privado em investir no sector agrário”.
Referiu que um dos pilares do PEDSA diz respeito a questões ligadas à produtividade e competitividade, sendo que se pretende maximizar as tecnologias geradas pelo sector de investigação e outras que se podem adaptar à realidade nacional.
Um outro aspecto fundamental do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário tem a ver com o acesso ao mercado e serviços de extensão agrária.
Segundo o “Diario de Mocambique”, a partir deste ano, o extensionista passa a fazer, directamente, uma demonstração de pacotes tecnológicos gerados pela investigação, através de um campo de pelo menos um hectare de culturas, um aviário de dois mil bicos e de um tanque de piscicultura, onde isso é possível.
Moçambique possui neste momento mil extensionistas, dos quais 800 são do sector público, e destes, 500 começaram já a fazer a demonstração dos pacotes tecnológicos aos camponeses, mostrando aquilo que a extensão oferece como oportunidade para o produtor aumentar a sua produtividade.
Pacheco referiu que, “hoje podemos ver um grande impacto no Vale do Limpopo, província de Gaza, Sul do país, onde já temos médias de produção agrária de quatro toneladas por hectare. Ainda estamos abaixo do potencial que a cultura de arroz oferece em termos de produção, mas é um salto qualitativo se olharmos para um passado em que os nossos rendimentos não passavam de mil quilos por hectare”.
Para além dos campos de demonstração, existem também as demonstrações que são feitas directamente junto dos produtores, o que tem tido um impacto sobretudo em termos de aumento dos seus rendimentos por hectare.
José Pacheco estimou em mil o número de extensionistas que o país necessita, realçando que ao abrigo do PEDSA, a partir do presente ano, “abriu-se a possibilidade de o sector agrário contratar técnicos para as nossas instituições de investigação e extensão”.
“Passamos a ter a possibilidade de contratar extensionistas, investigadores e gestores de recursos naturais, essencialmente para gerir matérias ligadas à terra e florestas, na perspectiva de uso sustentável destes recursos”, frisou.