Pelo quarto ano consecutivo, o volume de vendas do açúcar moçambicano registou quedas significativas em virtude do baixo preço na importação deste produto. Para inverter o cenário, o Governo agravou os preços de referência na importação do açúcar castanho, de 385 dólares norte-americanos para 806 dólares, e o refinado, de 450 dólares para 932 dólares. A medida conter a concorrência desleal imposta à produção nacional e proteger a indústria nacional.
Segundo um comunicado de imprensa do Ministério da Indústria e Comércio (MIC), os últimos preços de referência na importação de açúcar foram fixados em 2001, encontrando-se desactualizados e cria-se “incertezas para a materialização dos planos de desenvolvimento, quer para a expansão das áreas de produção de cana-de-açúcar, como no aumento e diversificação da produção”.
O documento refere ainda que a “situação tem um impacto nefasto na indústria e nos agricultores independentes e associações de produtores de cana-de-açúcar comerciais de pequena escala, fornecedores de cana para a indústria. Recordamos que existem em Moçambique 22 associações com mais de 3.000 associados e 447 produtores privados, que se dedicam ao cultivo de cana-de-açúcar para fornecimentos as quatro empresas açucareiras”.
Na óptica do MIC, para além de a concorrência desleal imposta ao açúcar nacional pelas importações, há um risco a sobrevivência de milhares de pequenos produtores familiares de cana-de-açúcar.
Deste modo, com o agravamento do preço deste produto, serão protegidos 35 mil postos de trabalho na indústria de açúcar, bem como assegurar o retorno dos investimentos feitos pelas empresas nos últimos anos.