O Governo maliano exprimiu a sua “estupefacção e indignação” na sequência da lapidação à morte dum casal em Aguelhok, na província de Kidal, no extremo norte do Mali.
Neste comunicado, o Governo maliano condena energicamente «esta prática obscurantista» e garante que este acto não ficará impune.
O Governo maliano, que diz estar determinado a obter a libertação rápida das zonas ocupadas do norte do Mali, lançou um apelo urgente às forças vivas do país, às organizações sub-regionais, regionais e internacionais para que se mobilizem com vista a acelerar o restabelecimento da integridade territorial do Mali.
A Amnistia Internacional (AI) no Mali condenou igualmente a lapidação à morte do casal, qualificando-a «de acto bárbaro dum outro século».
Domingo último, em nome da charia (lei islâmica), os islamitas lapidaram à morte um casal acusado de ter filhos fora do casamento para a grande surpresa duma população chocada.
Este acto aconteceu numa altura em que o presidente do Alto Conselho Islâmico (ACI) do Mali, Mohamed Dicko, visitaava Gao, Kidal e Tombouctou para se avistar com os grupos islamitas armados que ocupam a zona, e discutir sobre uma saída da crise e a renúncia destes últimos ao seu objectivo de impor a charia num país laico como o Mali.
Os islamitas de Ansardine, do Movimento para a Unidade e Jihad na África Ocidental(MUJAO) e da Rede Al Qaeda no Magrebe (AQMI) querem impor a charia nas zonas ocupadas e mesmo além destas localidades, segundo as suas diferentes declarações.