O governo da Índia movimentou-se este domingo para acabar com os protestos que têm sacudido Nova Déli desde que uma gangue estuprou uma jovem mulher, proibindo aglomerações de mais de cinco pessoas, mas mesmo assim milhares se dirigiram ao coração da capital para explicitar sua raiva.
A polícia usou gás lacrimogêneo e cassetetes para conter a multidão e impedir que os manifestantes caminhassem até o palácio presidencial, como haviam feito no dia anterior. Entre 30 e 35 pessoas, incluindo alguns policiais, ficaram feridas e estavam sendo tratadas em um hospital próximo, disseram dois médicos.
A vítima, de 23 anos, do ataque ocorrido no dia 16 de dezembro, que foi espancada, estuprada durante quase uma hora e jogada de dentro de um ônibus em movimento em Nova Déli, ainda está em no CTI em estado crítico, respirando com ajuda de aparelhos mas está respondendo ao tratamento, disseram os médicos.
Seis homens foram presos pelo ataque. Nova Déli tem o maior índice de crimes sexuais entre as principais cidades da Índia, com um relato de estupro a cada 18 horas, em média, de acordo com dados da polícia.
A maioria dos ataques sexuais não são notificados ou passam despercebidos, mas a brutalidade do ataque da semana passada desencadeou os maiores protestos na capital desde as manifestações de meados de 2011 contra a corrupção, que abalou o governo do primeiro-ministro Manmohan Singh.
Os manifestantes, predominantemente estudantes universitários, mas também donas de casa e até crianças, estão exigindo mais empenho das autoridades para garantir a segurança das mulheres – especialmente um melhor policiamento – e alguns querem a pena de morte para os acusados.