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Governo e Renamo reunem segunda-feira em Maputo

O governo moçambicano agendou para Segunda-feira (3), em Maputo, a audiência solicitada pela Renamo para tratar de preocupações que afligem o maior partido da oposição no país.

Fonte governamental disse hoje, a Agência de Informação de Moçambique, que o executivo endereçou já uma carta formalizando o encontro.

Para receber a delegação da Renamo, o executivo nomeou uma comissão chefiada pelo Ministro da Agricultura, José Pacheco, e que também integra, entre outros quadros, os vice-ministros da Função Pública e das Pescas, respectivamente, Abdurremane Lino de Almeida e Gabriel Muthisse.

Nos últimos meses, a Renamo tem estado a exigir um encontro com o Presidente da República, Armando Guebuza, ou com representantes seniores do governo para se debruçar em torno de assuntos que tem a ver com o Acordo Geral de Paz (AGP), assinado em 1992, e que alega que não estão a ser respeitados.

A Renamo, que confiou para este efeito a Manuel Bissopo, Eduardo Namburete, Meque Brás e Abdul Magid Ibraimo, liderou o movimento de guerrilha que moveu a guerra civil dos 16 anos e que terminou em 1992.

Segundo um documento enviado pela Renamo ao Gabinete do primeiro-ministro, Alberto Vaquina, os cinco pontos que a delegação do maior partido da oposição pretende negociar são o Acordo Geral de Paz, assinado há 20 anos em Roma, Defesa e Segurança, processos Eleitorais, Questões Económicas e despartidarização das instituições do Estado.

O documento, citado pelo correspondente da Voz da América baseado em Maputo, foi igualmente enviado a algumas embaixadas ocidentais em Maputo e ao Secretário Executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC, Tomaz Salomão, por sinal economista moçambicano que já foi membro do Governo. Em relação ao Acordo Geral de Paz, a Renamo está preocupada com aquilo que considera falta de reintegração dos seus antigos guerrilheiros na Polícia.

Segundo o maior partido da oposição, o governo alegou falta de condições financeiras para a conclusão do processo de integração que era financiado pela Comunidade Internacional, através das Nações Unidas. Mas o governo considera que a Renamo não colaborou devidamente, porque queria continuar a usar os seus homens armados para ganhos políticos depois da formação do exército único no âmbito do AGP. No ponto relativo à Defesa e Segurança, a Renamo quer discutir com o governo o que considera discriminação dos antigos guerrilheiros integrados nas forças armadas.

Para o partido de Afonso Dhlakama, os processos eleitorais iniciados em 1994 não têm sido livres nem transparentes porque os órgãos eleitorais são dirigidos por membros da Frelimo. A Renamo considera que a economia do País é dominada por veteranos da Frelimo que partilham a riqueza nacional entre si, excluindo a maioria da população sobretudo os membros da oposição. Para a Renamo, as instituições do Estado são prolongamentos das células da Frelimo que sempre agiram a favor do partido no poder.

Estas são preocupações que segundo o documento, levaram Dhlakama a voltar as matas de Gorongosa, província de Sofala, centro do País.

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