O Governo moçambicano e a direcção do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) reúnem-se, próxima semana, em Roma, na Itália, para negociar os termos de financiamento do projecto de cadeias de valor, a ser implementado em Moçambique a partir de 2013.
O projecto está direccionado à zona sul do país e é avaliado em 30 milhões de Dólares norte-americanos (USD) e a sua implementação terá a duração de sete anos.
Segundo o representante do FIDA em Moçambique Custódio Mucavele, o projecto está virado para o desenvolvimento da cadeia de valores de três produtos, nomeadamente: mandioca, hortícolas e ruminantes (bovinos e caprinos).
O mesmo foi concebido depois de se constatar a existência de um grande potencial de produção de mandioca nos distritos de Inharrime e Zavala, em Inhambane, e Mandlakaze, em Gaza, o que exige a facilitação de ligações dos centros de produção com o mercado.
Quanto a horticultura, Mucavele disse que o projecto será baseado em Maputo e Gaza, aproveitando os regadios já existentes para produzir hortícolas.
“A ideia é explorar as potencialidades existentes devido aos regadios para produzir hortícolas em qualidade e quantidade suficiente para abastecer os principais mercados destes produtos na zona sul, competindo, deste modo, com os grandes fornecedores estrangeiros. Não faz sentido o país continuar a importar hortícolas quando há condições para produzir”, explicou Mucavele, vincando que, com o projecto, vai-se criar facilidades que permitam concorrer para os grandes mercados.
No que refere ao gado bovino e caprino, serão potenciados os criadores dos distritos de Chicualacuala e Mabalane, em Gaza, e Magude, na província de Maputo.
“Vamos facilitar para que os animais cheguem ao mercado e que a carne produzida tenha qualidade desejável, sobretudo do ponto de vista de saúde pública”, frisou.
De salientar que o FIDA financia em Moçambique projectos em quatro áreas no valor de 119 milhões de dólares.
Trata-se dos projectos de extensão agrária, no valor de 26 milhões USD, que iniciou este ano; promoção da pesca arte- sanal, orçado em 43 milhões USD, e está em curso desde 2011; mercados agrícolas, em implementação desde 2009, avaliado em 40 milhões USD; e o de finanças rurais num montante de 10 milhões.
Mucavele revelou o facto à margem de uma conferência de imprensa realizada, Quarta-feira (22), em Maputo, com objectivo de dar a conhecer os preparativos do sexto work- shop sobre finanças rurais a realizar-se em Maputo, de 12 a 14 de Setembro próximo.
O evento que decorrerá sob o lema “Provisão de metodologias de finanças rurais eficazes para o incremento da produtividade”, visa encontrar soluções inovadoras para lidar com os desafios ligados à produtividade agrícola em África e outros desafios de desenvolvimento rural, bem como identificar as formas de fazer melhor uso das oportunidades existentes.