A qualidade das obras que tem vindo a serem erguidas neste país depois da independência, só deixam cair lágrimas.Há escolas, por exemplo, que são construídas, mas antes de serem entregues, já mostram que algo vai mal. Não é só isso, quando se olha, por exemplo, para qualidade das obras de estradas, pontes, etc, nota-se claramente que algo não bate bem.
O debate em volta deste assunto, parece não ter ainda um consenso, porque cada um puxa a razão para o seu lado. Estamos a falar do estado que muitas vezes aponta os empreiteiros como sendo o elo mais fraco. Mas também, os acusados, neste caso as empresas construtoras, sacodem o casaco e apontam o governo como sendo o culpado.
Mas então, para onde recai a culpa?
O ministro das Obras Públicas e Habitação do nosso país, Cadmiel Mutemba, termina (ou), ao que tudo indica a sua visita a província este domingo, depois de quatro dias sucessivos.
E logo que chegou a Zambézia, concretamente na cidade de Quelimane, Mutemba, teve um encontro com os empreiteiros. Não encheram a sala, mas estavam em número significante. Estes, na voz do seu presidente da Associação, Amade Chaule, desafiaram o ministro a apontar de facto quais as causas da fraca qualidade das obras que são construídas neste país.
Falando na ocasião, Chaule, disse ao ministro que a qualidade das obras resulta da falta de seriedade do governo. Por exemplo, a fonte apontou o custo de cimento que subiu e de que maneiras, contrariando por exemplo, os contratos de obras que foram feitos quando aquele produto estava a um preço razoável.
Por outro lado, aquele interveniente, aconselhou ao governo neste caso representando naquele encontro pelo MOPH, a rever as leis, porque só assim o país sairá a ganhar.
Cardoso da Zanco ataca Imprensa
Na mesma senda, Armando Cardoso, representante da empresa de Construção Zanco, na sua intervenção, centrou as suas atenções a imprensa como sendo esta que mediatiza a questão da má qualidade das obras.
Para Cardoso, a imprensa tem estado atenta em publicar assuntos sobre qualidade das obras sem antes investigarem como é que são elaborados os contratos.
“Eu penso que a imprensa não tem sido exemplar, porque fala muito de má qualidade das obras, confundindo assim a qualidade e o padrão”-disse Armando Cardoso, para depois acrescentar que “há dirigentes deste país, que quando vê imprensa, tentam relegar o trabalho do empreiteiro, dizendo que a obra não tem qualidade”- sentenciou.
Ministro das obras públicas assume culpa
Já na sua intervenção, o ministro Cadmiel Mutemba, começou por assumir que a má qualidade das obras erguidas neste país é culpa do Estado assim como dos empreiteiros.
Mutemba explicou aos presentes que há empresas que de facto não executam bom trabalho, por isso, não se pode em nenhum momento atirar culpas a imprensa.
Seguidamente, o ministro reconheceu também que do lado da fiscalização das obras, que é clara responsabilidade do dono da mesma, neste caso o estado, há muitas fragilidades, dai que as culpas devem ser repartidas.
Refira-se que há casos em que os fiscais quando querem exercer a sua actividade de fiscalização usam carros dos empreiteiros, o que deixa cada vez mais fragilizada a sua pujança de verdadeiros fiscais.