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Governo de Nyusi pretende financiar défice de 84 biliões no Orçamento de Estado com mais Dívida Pública Interna

Governo de Nyusi pretende financiar défice de 84 biliões no Orçamento de Estado com mais Dívida Pública Interna

O Governo de Filipe Jacinto Nyusi prevê aumentar a Dívida Pública Interna durante o exercício económico de 2018 em pelo menos 84,2 biliões de meticais para financiar o seu Orçamento do Estado que tudo indica deverá continuar sem apoio dos Parceiros de Cooperação pelo terceiro ano consecutivo. Os maiores beneficiários deste endividamento, que fechou o ano de 2017 nos 100,5 biliões de meticais, serão os três principais bancos comerciais que comprando a Dívida Pública Interna têm aumentados os seus lucros em dezenas de biliões de meticais.

A intransigência do Executivo do partido Frelimo em preencher as lacunas que o Fundo Monetário Internacional identificou no Relatório da Kroll sobre as dívidas ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM deverá prolongar por mais um ano o financiamento externo ao Orçamento do Estado que em 2018 tem despesas previstas no montante de 302,9 biliões de meticais, que tendo em conta a previsão de receitas resulta num défice orçamental de pouco mais de 84 biliões de Meticais.

Para financiar esse défice a solução do Governo de Filipe Nyusi é a contratação de mais Dívida Pública Interna através da emissão de Bilhetes de Tesouro, Obrigações do Tesouro e dívida junto do Banco de Moçambique.

De acordo com o Relatório de Execução Orçamental do 1º trimestre do presente exercício económico o Executivo está autorizado a emitir Bilhetes de Tesouro até 65 biliões de meticais e até 19,2 biliões de meticais em Obrigações do Tesouro.

Recorde-se que no passado dia 16 o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, confirmou a informação que tem sido tornada pública pelo banco central que o até 31 de Dezembro de 2017 a Dívida Pública Interna tinha ultrapassado os 100,5 biliões de meticais.

Importar recordar que quando Filipe Nyusi tornou-se no 4º Presidente de Moçambique a Dívida Pública Interna era de somente 69,2 milhões de meticais, desde então já aumentou mais de 100 mil por cento.

Millenium Bim e Standard Bank ganharam com Dívida Pública Interna mais do que orçamento para província de Nampula

Só para fazer face aos custos da Dívida Pública Interna passada o Governo deverá pagar este ano 19,7 biliões de meticais, inscritos no seu Orçamento de Estado, um que montante supera em duas vezes todo orçamento previsto para Água e Obras Públicas e é seis vezes superior à dotação para todos os Programas de Protecção Social em Moçambique em 2018.

O documento oficial disponibilizado pelo Ministério da Economia e Finanças revela que só nos primeiros três meses deste ano já foram emitidos Bilhetes de Tesouro no montante de 3,5 biliões de meticais e ainda foram emitidas Obrigações do Tesouro no valor de 3,1 biliões de meticais, no mesmo período.

Através desta opção política de endividamento Público Interno o Governo continua a fazer concorrência desleal ao sector produtivo da economia no acesso ao sector financeiro moçambicano como tem alertado a economista Fernanda Massarongo Chivulele.

O Governo “(…) entra em competição com o sector privado nacional, que depende do sector financeiro nacional, na medida em que absorve parte dos recursos financeiros disponíveis e direcciona o sector financeiro para investimentos em títulos mobiliários em detrimento dos produtivos. Os títulos públicos são a segunda principal fonte de retorno financeiro dos bancos comerciais e seguradoras e, provavelmente, continuarão a sê-lo, visto que as previsões de endividamento indicam que o actual stock de dívida será amortizado através da emissão de mais títulos de dívida pública”, constatou a investigadora do Instituto de Estudos Sociais e Económicos.

Investigações do @Verdade revelaram que só em 2017 a margem financeira do Millenium Bim e do Standard Bank ultrapassou os 20 biliões de meticais, em 2016 só esses dois bancos comerciais tinham facturado 14,3 biliões de meticais.

O que os bancos comerciais com a Dívida Pública Interna que é indexada as taxas de juro de agiotas que eles praticam supera todo orçamento previsto para a província de Nampula, para a qual o Executivo de Nyusi inscreveu somente 12,5 mil milhões, ou todo dinheiro previsto para a província da Zambézia, para a qual foram previstos 12,3 mil milhões de meticais.

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