O Executivo moçambicano criou na terça-feira (01) um grupo multissectorial de trabalho com vista a encontrar medidas de protecção às pessoas com albinismo, que de há algum tempo a esta parte têm sido alvo de perseguição para fins ainda não apurados. A equipa será liderada pelo Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.
O recrudescimento da caça a pessoas com uma anomalia orgânica caracterizada por ausência ou grande falta de pigmento na pele, nos olhos, nos pêlos e no cabelo tende a ser notório na província de Nampula, onde pelo menos duas pessoas morreram.
A medida, que visa pôr cobro ao problema, foi anunciada no fim da 30ª Sessão do Conselho de Ministros. Mouzinho Saíde, porta-voz do encontro, disse que, infelizmente, em Moçambique, “nos últimos, tempos tem-se registado um aumento de casos de rapto, ofensas corporais, homicídios e desaparecimento de pessoas com albinismo, impondo-se o delineamento de medidas visando conter e proteger as pessoas que são vítimas destes actos”.
De acordo com o Saíde, no país existem leis que criminalizam o tráfico de seres humanos, em particular o mal a que os albinos têm sido sujeitos.
Em Nampula, a Task Force, um organismo criado para o combate ao tráfico de pessoas, criticou há dias a aparente inacção das autoridades no tratamento deste mal e considerou que o Governo não estava a levar a sério o problema, para além de este não cumprir cabalmente a sua tarefa de criar meios para fazer face à situação, que só pode ser estancada se houver vontade por parte dos dirigentes e colaboração do povo.