O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reafirmou que o governo continua a estudar mecanismos conducentes a resolução dos problemas que afectam a maioria dos concidadãos, reflectidos na alta de preços no mercado internacional. Guebuza falava hoje na Praça dos Heróis, em Maputo, na cerimónia de deposição de uma coroa de flores, por ocasião da passagem do Sete de Setembro, efeméride comemorada como Dia da Vitória.
Aliás, foi nesta data que, em 1974, a Frelimo e o governo colonial português assinaram em Lusaka (capital zambiana), um memorando de entendimento que abriu o caminho para a independência do país. O Executivo, segundo o estadista moçambicano, está muito preocupado com o agravamento dos preços dos produtos no mercado internacional e neste momento continua a estudar formas visando resolver os problemas de todos os moçambicanos.
“Ao sair daqui, vou exactamente ao Conselho de Ministros para receber o relatório do grupo de trabalho formado no Conselho de Ministros anterior para estudar as medidas a tomar e devemos tomar para responder de forma responsável a esta situação em que todos nos encontramos”, revelou o Chefe de Estado.
A conjuntura no mercado internacional forçou o Executivo a aumentar, com efeitos a partir de segundafeira, o preço do pão enquanto a água e energia desde o passado dia um do corrente mês, sem colocar de lado os combustíveis líquidos cuja revisão da tarifa é feita em função da flutuação do preço do barril. Os recentes aumentos geraram violentas manifestações de protesto na passada quarta e quinta-feira nas cidades de Maputo e Matola, saldando-se na morte de 13 pessoas, feridos entre graves e ligeiros, prejuízos materiais avultados.
Questionado sobre prováveis medidas de curto, médio e longo prazos, Guebuza afirmou que na sessão do Conselho de Ministros serão apresentadas todas as propostas do grupo de trabalho que envolveu os sectores económicos e sociais moçambicanos adoptou. Nas manifestações de quarta e quintafeira reclamava-se entre vários pontos o agravamento da tarifa da energia eléctrica, não obstante a reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) para o Estado moçambicano. Guebuza reafirmou que “Cahora Bassa é nossa, mas Cahora Bassa também tem custos e tendo custos tem de ser capaz de os cobrir, mas sobretudo continuar a produzir”.
Desde o momento que a HCB passou a ser dos moçambicanos, houve, segundo o presidente, uma rápida extensão da energia eléctrica para muitos outros sectores e para muitas áreas do país. As comemorações do Sete de Setembro foram uma vez mais marcadas pela ausência da Renamo, maior partido da oposição. Atitude diferente teve o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e alguns políticos da oposição.