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Governo condiciona encerramento do dossier sobre morte de Samora Machel : Guebuza

Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reiterou, terça-feira, em Madrid, capital espanhola, que o Governo moçambicano não tenciona encerrar o dossier sobre a morte de Samora Machel enquanto não desvendar as circunstâncias em torno de tão bárbaro crime.

Falando num seminário com empresários espanhóis, o Presidente moçambicano explicou que as estátuas que estão a ser erguidas em Moçambique não são apenas em homenagem à sua vida e obra, mas também uma expressão da indignação pelo seu assassinato.

Trata-se, segundo Guebuza, de uma forma de manter acesas as interrogações sobre as razões que levaram o regime do apartheid a pensar que assassinando Samora também haveria de inviabilizar a causa da paz e cooperação na Africa Austral, uma causa partilhada e assumida por toda a região.

Samora Machel, o primeiro Presidente de Moçambique independente, foi assassinado pelo regime do extinto apartheid na região montanhosa de Mbuzini, na Africa Sul, através de um acidente aéreo quando regressava da Zâmbia, em mais uma missão de paz para a Africa a 19 de Outubro de 1986 Austral.

Virando as atenções para os empresários espanhóis, Guebuza disse que é tendo estes momentos emocionais que nos dirigimos a esta nata de investidores para destacarmos algumas nervuras do potencial e oportunidades de negócio em Moçambique.

Na ocasião, Guebuza explicou que Moçambique possui uma longa experiência de relacionamento, cooperação bilateral e empresarial com a Espanha que gostaria de vê-la mais diversificada em prol do bem-estar social dos dois povos e países.

O estadista moçambicano manifestou a sua gratidão pelo facto de os empresários espanhóis estarem a investir em Moçambique nos sectores das pescas, agricultura, agro-indústria, turismo, industria, serviços e recursos minerais.

Aliás, o investimento espanhol em Moçambique nos últimos cinco anos atingiu cerca de 50 milhões dólares norteamericanos, uma soma que o Presidente Guebuza disse acreditar que poderá ser elevada tendo em conta as excelentes relações de cooperação entre os dois países.

“A vossa presença neste seminário é outra indicação de que é possível levar a Espanha a ocupar um lugar de destaque na lista dos maiores investidores em Moçambique”, vincou o presidente Guebuza.

Depois de explicar a importância dos acordos rubricados na segunda-feira entre os dois países, Guebuza disse que Moçambique continua apostado em melhorar o ambiente de negócios, razão pela qual decidiu rever a actual legislação económica, com destaque para a Lei do Trabalho, Código Comercial e Código de Benefícios Ficais e a Lei de Parcerias Público-Privadas.

“Temos estado igualmente a investir nas infra-estruturas de energia, telecomunicações e na reabilitação de estradas, pontes, ferrovias e portos”, explicou.

Guebuza também destacou a importância que a Espanha desempenha no quadro de segurança moçambicana, tendo explicado que devido ao apoio espanhol, Moçambique foi este ano classificado na terceira posição do Índice Global da Paz, elaborado por uma organização sedeada em Londres.

A nível Internacional, segundo o Presidente moçambicano, o país subiu seis degraus para ocupar o quadragésimo sétimo lugar pelo facto de estar a aprofundar a Estado de Direito, consolidar a democracia multipartidária e a promover a cultura de diálogo social.

Como áreas potenciais para o investimento, Guebuza apontou o sector da agricultura, que oferece inúmeras oportunidades para a produção de cereais, fruta, flores, vegetais para abastecimento do mercado local e internacional.

O sector das pescas e aquacultura também mereceu uma atenção especial do Presidente Moçambicano, tendo explicado aos potenciais investidores que Moçambique possui mais de 2.100 quilómetros de costa marítima, bem como excelentes condições naturais favoráveis a pratica de aquacultura.

“O sector industrial é a terceira área para investimentos e que tem como um dos seus grandes desafios acrescentar valor aos produtos primários e, desta forma, tirar proveitos derivados dos seus recursos naturais. Este sector nas suas várias vertentes oferece oportunidades de investimento em quase todo o país”, explicou o Presidente.

O turismo e hotelaria foi outra área arrolada pelo Presidente Guebuza como estando a registar crescimento assinalável ao longo dos últimos anos.

Moçambique possui reservas nacionais que permitem combinar o turismo do interior (parques e reservas) com o de sol e praia. Por último, Guebuza apontou a construção de infra-estruturas como sendo uma área importante onde os espanhóis podem tirar imenso proveito.

Guebuza explicou que o Governo, em parceria com o sector privado está investir em infra-estruturas públicas, tais como estradas, pontes, telecomunicações, energias, ferrovias e portos.

Durante o seminário, os empresários tiveram a oportunidade de colocar questões sobre o potencial de investimento em Moçambique que foram respondidas pelo próprio Presidente Guebuza e pelos ministros que o acompanham nesta visita oficial nomeadamente Oldemiro Baloi, dos Negócios Estrangeiros, Fernando Sumbana, do Turismo e Victor Borges, das Pescas.

Hoje, o Presidente Guebuza depois de visitar o Congresso dos Deputados em Madrid, deslocou-se de comboio a cidade de Saragoça, que dista cerca de 350 quilómetros, para visitar a empresa pesqueira de CALADERO, devendo depois rumar também de comboio para Barcelona.

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