O Governo moçambicano recuou da sua decisão e orientou o ministro da Defesa Nacional, Atanásio M’tumuke, a nomear, em definitivo, na última sexta-feira (08), para o Estado-maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), os oficiais generais da Renamo, que em Dezembro passado tinham sido indicados para exercerem, interinamente, as funções de directores dos departamentos de Operações, de Informações Militares e de Comunicações, respectivamente. Eles tomam posse esta segunda-feira (11).
Trata-se do Brigadeiro Xavier António, do Comodoro Inácio Luís Vaz e do Brigadeiro Araújo Andeiro Maciacona.
A nomeação surge no âmbito dos consensos alcançados entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e a liderança da Renamo, “no âmbito do diálogo político para o alcance da paz efectiva, concórdia, reconciliação nacional e o fortalecimento da democracia e desencadeiam o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos homens da Renamo (DDR).
O maior partido da oposição em Moçambique mostrava-se agastado com o Ministério da Defesa Nacional (MDN), por conta da nomeação interina daqueles oficiais e classificou o acto como uma violação “do espírito e da letra” do “Memorando de Entendimento Sobre Assuntos Militares”, assinado com o Executivo a 06 de Agosto de 2018.
A Renamo exigira ao Presidente da República, por diversas ocasiões, para “reverter com urgência as nomeações interinas em efectivas”. O Governo cedeu, depois uma troca de mimos com aquela formação política.
Em comunicado enviado ao @Verdade, o MDN justificou que as nomeações definitivas acontecem “no quadro da implementação do Memorando de Entendimento sobre Assuntos Militares, sustentado pelos avanços alcançados durante o último encontro do Grupo Técnico Conjunto de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (GTCDDR), realizado na quinta-feira (07), na cidade da Beira”.
Relativamente ao referido encontro, a Presidência da República disse, também em comunicado de enviado ao @Verdade, que o GTCDDR reuniu-se com o Brigadeiro Javier Pérez Aquino, coordenador dos peritos internacionais para os passos subsequentes no processo de DDR.
Acordou-se a “realização de encontros numa regularidade semanal para a preparação de documentos e aspectos logísticos que são necessários para a efectivação do DDR”.
Noutros despachos separados, o Atanásio M’tumuke determinou a cessação do Coronel (na reserva) Agostinho da Cruz Mavanga, o Brigadeiro Luciano Amândio Barbosa, o Brigadeiro Tenente Freitas Norte, o Brigadeiro Francisco Aine Camorai, das funções de director de Estudos, Planificação e Projectos, no MDN, director do Departamento de Educação Cívico Patriótica, director do Departamento do Pessoal e Director do Departamento de Logística, no Estado-Maior General das FADM, respectivamente.
Para preencher as vagas no sectores acima indicados, o governante nomeou ainda, em despachos separados, o Coronel Omar Nala Saranga, o Senhor Adriano Manuel Amade Malache, o Brigadeiro Tenente Freitas Norte, o Brigadeiro Luciano Amândio Barbosa, o Brigadeiro Altino Filipe Auze, o Brigadeiro Francisco Aine, para exercerem as funções de director Nacional de Político de Defesa, Director de Estudos, Planificação e Projectos, director do Departamento de Educação Cívico Patriótica, director do Departamento de Pessoal, director do Departamento de Logística, inspector da Força Aérea, no MDN e no Estado-Maior General, respectivamente.