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Governo assume incapacidade para alcançar meta de combate ao HIV/SIDA

Governo assume incapacidade para alcançar meta de combate ao HIV/SIDA

Moçambique não será capaz de alcançar as metas de combate ao HIV/SIDA previstas nos Objectivos do Milénio (ODM), mas espera conseguir cumprir a maioria das 8 objectivos até 2015, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi. “Temos de ser realistas, e daí reconhecer que esse objectivo [de combate ao HIV/SIDA] dificilmente será cumprido por volta de 2015”, disse o ministro Oldemiro Baloi em entrevista à Lusa à margem da Cimeira dos Objectivos do Milénio, em Nova Iorque.

Tendo em conta os dados mais recentes, Moçambique “espera cumprir a maioria [dos ODM] dentro do prazo estabelecido”, adiantou. Os oito objectivos acordados a nível internacional no ano 2000 visam reduzir a pobreza, a fome, a mortalidade materna e infantil, a doença, a habitação inadequada, a desigualdade de género e a degradação ambiental, até 2015.

Moçambique tem merecido elogios da comunidade internacional, principalmente pela quase duplicação do número de crianças matriculadas nas escolas, em relação ao ano base dos ODM (1990), graças à abolição de propinas. Mas, por outro lado, no mesmo período houve uma expansão do número de pessoas a viver em bairros de lata, devido a um forte crescimento da população nas cidades, onde conseguir habitação é difícil, criando problemas de acesso a água e saneamento.

Para Oldemiro Baloi, o cumprimento dos objectivos tem sido mais difícil do que previsto inicialmente, devido a “uma conjuntura internacional bastante volátil”. “Na altura em que os ODM foram estabelecidos, não se estava a pensar no conjunto de crises que se foram sucedendo, a agenda climática parecia mais pacífica de ser concretizada”, afirma. “Foram desafios inesperados, mas com impacto no ritmo de implementação dos objetivos”, adianta Baloi.

Da Cimeira de Nova Iorque, o chefe da diplomacia moçambicana espera “resultados concretos” que permitam nos cinco anos restantes recuperar o tempo perdido. “Com tanto cérebro junto e tanta boa vontade junta e tanto recurso disperso, só podemos chegar a resultados concretos que alterem o quadro actual”, disse à Lusa. “A situação nunca foi tão complexa em termos de desafios no terreno como agora.

Creio que sairemos daqui com uma indicação clara do que devemos fazer, como e com que ritmo, para que 2015 tenha um balanço melhor”, adiantou Baloi.

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