O Governo de Moçambique afirma não estar interessado na proposta dos detentores dos “Mozambique 2023 Eurobonds”, a dívida da Empresa Moçambicana de Atum(EMATUM), a quem pregou um segundo calote este ano. “(…)Esqueçam as outras duas garantias e tratem da nossa dívida, eu acho que esta não é nenhuma proposta”, declarou o ministro Adriano Maleiane sobre a sugestão de repudiar as Garantias emitidas à favor dos empréstimos da Proindicus e da MAM e também encerrar as três empresas estatais.
Na sequência do incumprimento pelo Executivo de Filipe Nyusi, no passado dia 18, da segunda prestação dos juros dos Títulos da Dívida Pública, denominados “Mozambique 2023 Eurobonds”, o maior grupo de credores agrupados para negociar com Moçambique, numa agremiação identificada por Global Group of Mozambique Bondholders(GGMB), considera que a decisão “prejudica a intenção declarada do Governo de normalizar as relações com credores e doadores internacionais”.
O GGMB refere, num comunicado de imprensa enviado para o @Verdade, que a evolução satisfatória da situação macroeconómica do nosso país, como aliás tem sido destacado pelo Governo e Fundo Monetário Internacional, com destaque para a apreciação do metical e ao significativo aumento das Reservas Líquidas Internacionais aumentou a capacidade de pagamento destes Títulos da Dívida Pública.
Adicionalmente os assessores do GGMB clarificaram, em entrevista por correio electrónico ao @Verdade, que não vêm nenhum motivo para o Executivo moçambicano quiçá aguarda pelo levantamento da suspensão do apoio do Fundo Monetário Internacional para retomar o pagamento dos juros que além do calote da semana passado tem outra prestação na paga a 18 de Janeiro.
Recorde-se que estes detentores dos “Mozambique 2023 Eurobonds” são os credores da dívida da EMATUM que o Executivo de Filipe Nyusi transformou em Títulos de Dívida Pública de Moçambique em moeda estrangeira e renegociou pagar até 2022 apenas os juros, duas vezes por ano, e em 2023 amortizar a totalidade do valor pendente.
Entretanto este grupo de credores reiteram, no comunicado que estamos a citar, a proposta que apresentaram a 29 de Junho onde sugerem ao Governo de Filipe Nyusi repudiar as Garantias emitidas à favor dos empréstimos da Proindicus e da MAM e também encerrar as três empresas estatais. Nesta segunda-feira(24) o @Verdade perguntou ao ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, qual a resposta do Governo a esta proposta?
“Eles não fizeram uma proposta, quem fez aquele comunicado é um assessor que representa um grupo de detentores da dívida da EMATUM e o que disse foi vocês esqueçam as outras duas garantias e tratem da nossa dívida, eu acho que esta não é nenhuma proposta. A proposta é que eles têm de discutir com os nossos assessores as melhores formas para pelo menos tornar sustentável a dívida de Moçambique”, afirmou o ministro Maleiane.