O primeiro-ministro admitiu que os milhões de novos empregos que o Governo está a criar são precários, estão na “agricultura e infra-estruturas, sobretudo na área de estradas e pontes”. Carlos Agostinho do Rosário foi segundado pelo seu ministro da Economia e Finanças que apelou aos jovens a serem empreendedores: “primeiro é o trabalho, porque para trabalhar a partida não precisa de dinheiro” afirmou Adriano Maleiane durante defesa do Plano Economico e Social(PES) e do Orçamento de Estado(OE) para 2019 que foram aprovados nesta quarta-feira(05) pela Assembleia da República(AR).
Para alcançar os 1.483.562 novos postos de trabalhos prometidos no Plano Quinquenal de Filipe Nyusi o primeiro-ministro argumentou que no PES de 2019 estão previstos, “criar cerca de 354 mil novos empregos, no âmbito da implementação de vários projectos nos sectores privado e público particularmente na educação, saúde, agricultura e infra-estruturas, sobretudo na área de estradas e pontes”.
Estando inscritos no OE verba para a contratação de somente 12.128 novos Funcionários Públicos para educação, saúde e agricultura, os restantes o Executivo tem a expectativa que sejam contratados pelo Sector Privado nacional, 226.698, e que 29 mil consigam empregos no exterior, ao que o @Verdade apurou nas minas da África do Sul.
Pnrante a improbabilidade do debilitado Sector Privado nacional criar todos os postos sonhados pelo Governo o ministro da Economia e Finanças apelou na Assembleia da República ao empreendedorismo por parte dos milhares de jovens que todos os anos atingem a idade activa para trabalharem mas não encontram empregos.
“Eu costumo dizer aos jovens, quando faço visitas vejo muita gente envolvida em actividades uns na estrada, outros a lavar carros, outros fazer não sei quantos, e digo aqui sim tenho a juventude moçambicana que trabalha. O que digo a eles é que primeiro é o trabalho, porque para trabalhar a partida não precisa de dinheiro, o que você precisa é de acumular três condições simultaneamente: primeiro tem que ser um esforço físico ou intelectual, segundo tem que gerar rendimento aquilo que você está a fazer, e terceiro tem que ser socialmente aceite”, disse Adriano Maleiane.
“Primeiro trabalho, trabalho, trabalho e depois vamos exigir aos Estado para criar as condições”
O titular da Economia e Finanças explanou que tem tentado explicar aos jovens com quem tem convivido que devem procurar “oportunidade de trabalho, não de emprego, e procuramos onde estivermos”.
“Primeiro é preciso que eu saiba fazer o quero fazer, por isso é que o ensino técnico profissional é para qualificar as pessoas para poderem saber fazer o que querem fazer. Segundo precisa de ter dinheiro, finanças. Terceiro precisa de ter o marketing, para vender o seu trabalho. Se reunir os três já tem o autoemprego”, concluiu o ministro.
Maleiane acrescentou ainda que é preciso mudar a mentalidade: “Primeiro trabalho, trabalho, trabalho e depois vamos exigir aos Estado para criar as condições para aquilo que eu quero fazer não seja impedido por questão de burocracia, isso é o que nós fazemos na Prioridade número III, Produção, Produtividade e Competitividade, criar as condições para que as vontades de cada um possam fluir”.
Deputados da Renamo e MDM incapazes de confrontar o Governo
No seguimento das apresentações, na terça-feira(05), das propostas do Plano Económico e Social e do Orçamento de Estado para 2019 os 132 deputados do partido Frelimo, que já haviam imposto a vontade do partido no poder através das comissões especializadas de apreciação dos documentos, votaram favoravelmente a aprovação na generalidade dos dois importantes documentos de governação.
Os deputados dos partidos Renamo e MDM votaram contra ambos documentos e foram incapazes, durante o debate que aconteceu nesta quarta-feira(05), de confrontar o Governo com inúmeras incongruências e políticas que visam fundamentalmente garantir a renovação do mandato do partido Frelimo e de Filipe Nyusi na Eleições Gerais de 2019.
Os deputados dos partidos de oposição depois das explicações triunfalistas, irrealistas e utópicas do primeiro-ministro e do ministro da Economia e Finanças nem sequer conseguiram insistir para verem respondidas algumas das questões objectivas que apresentaram e foram simplesmente ignoradas pelos membros do Governo.