O Governo diz que o partido Renamo impediu certos empreiteiros de circularem e de executar obras na região da Gorongosa, na província de Sofala, na semana finda, o que viola acordo de cessação de hostilidades assinado a 05 de Setembro passado entre o Presidente da República, Armando Guebuza, e Afonso Dhlakama. E continua não notório o trabalho dos observadores militares internacionais com vista ao desarmamento do maior partido de oposição em Moçambique.
Estas acusações surgem uma semana depois de o partido liderado por Dhlakama ter culpabilizado a sua contraparte nas negociações de violar o acordo em alusão, em virtude de José Mandra, vice-ministro do Interior, ter efectuado uma visita a Vunduzi, no distrito da Gorongosa, local onde o líder da “Perdiz” esteve supostamente aquartelado durante quase dois anos da tensão político-militar.
Sem fornecer detalhes sobre o episódio em causa, o chefe da delegação do Executivo ao diálogo político afirmou, nesta segunda-feira (24), no fim da 86ª ronda, que “foram registadas situações que transparecem haver violação dos acordos, onde empreiteiros foram impedidos de circular para os locais das obras” e houve também cidadãos que foram proibidos de circular nos “postos de controlo”.
Saimone Macuiana, chefe da delegação da Renamo, negou tais situações e classificou as acusações do Governo de “uma manobra dilatória” para se furtar do diálogo e “esta atitude revela que algo estranho pode estar a acontecer”, pese embora a cessação das hostilidades esteja a ser acompanhada por peritos militares moçambicanos e internacionais.
Segundo José Pacheco, o Executivo decidiu “instruir os observadores militares internacionais para verificarem os factos na perspetiva de esclarecer o sucedido e devolver a paz a Moçambique”. Ele disse também que a cessação das hostilidades vai custar 400 milhões de meticais.