Um ginecologista da República Democrática do Congo (RDC) encontra-se em Bujumbura, no Burundi, para onde foi evacuado, Sábado último (27), após ter sido agredido violentamente dois dias antes por homens armados, indica um comunicado governamental belga transmitido, Segunda-feira 29), à imprensa, em Bruxelas.
“Todas as disposições estão tomadas para que o ginecologista Denis Mukwege, a sua esposa e as suas duas filhas sejam transferidos para a Bélgica”, acrescenta o comunicado.
O ginecologista no Hospital de referência de Panzi, em Bukavu, no leste da RD Congo, de que é o director, o doutor Mukwege pratica a cirurgia reparadora para mulheres vítimas de violações sexuais no maquis do leste congolês onde imperam diferentes grupos rebeldes, entre os quais o M23, apoiado alegadamente pelo Rwanda e pelo Burundi.
O doutor Mukwege estava, semana passada, em Bruxelas onde deu uma conferência. No seu regresso a Bukavu, foi vítima dum atentado no seu domicílio durante o qual um seu guarda-costa morreu, segundo uma fonte segura.
Refugiado junto da Missão da Organização das Nações Unidas no Congo (MONUSCO), ele foi evacuado para o Burundi por razões de segurança, de acordo com a mesma fonte.
Membros da Campanha junto da Organização das Nações Unidas (ONU), de que é membro-fundador, supõem que “a tentativa de assassinato” da Quinta-feira última esteja ligada às actividades da vítima que, em Setembro último, intercedeu a favor desta Campanha.
Naquela ocasião, ele focalizou-se na subida dos casos de violações sexuais e noutros actos similares baseados no género no leste da RD Congo, de acordo com a mesma fonte.
A sociedade civil prepara uma jornada “cidade morta” agendada para Quarta-feira próxima (31), em Bukavu, a fim de protestar contra a tentativa de assassinato e a insegurança na capital de Kivu-Sul, leste do país, onde foram registados não menos de quatro assassinatos nestes últimos dias, indica a mesma fonte.
Em 2011, foi laureado do Prémio Internacional Rei Balduino (rei belga de 1951 a 1993) para o Desenvolvimento dotado duma recompensa de 170 mil euros e entregue em Bruxelas pelo actual rei belga, Alberto II.