A ginástica está contemplada na pauta das 24 modalidades pré-escolhidas, porque é habitualmente um dos “pratos-fortes” nos Jogos Olímpicos, sendo muito apreciada nas nações desenvolvidas. Porém, devido ao facto de poucos países africanos a praticarem a nível competitivo ou mesmo recreativo, corre o risco de não vir a ser incluída no “lote” daquelas que irão desfilar na maior competição africana de 2011, em Maputo.
Porém, apesar de não haver uma forte tradição no Continente, há quem defenda que só a sua inclusão pode alterar este estado de coisas. A modalidade subdivide-se em duas: ginástica artística masculina e ginástica artística feminina.
Cada uma possui um código próprio (com os movimentos e os aparelhos utilizados), elaborado pelos comités (masc. e fem.) da Federação. Enquanto os homens disputam provas em seis aparelhos diferentes, as mulheres disputam-nas em quatro.
Os aparelhos (provas) masculinos são o solo, o salto sobre a mesa, o cavalo com alças (cavalo com arções), as barras paralelas, a barra fixa e as argolas. Tais meios, durante as apresentações masculinas, procuram demonstrar a força e o domínio do ginasta.
Os aparelhos (provas) femininos são a trave, o solo, o salto sobre a mesa e as barras assimétricas. Tais artefactos, durante as apresentações femininas, colocam maior ênfase na vertente artística e de agilidade.
Em comum, homens e mulheres possuem as provas de solo e salto, com matizes de diferenciação. Forte na República da África do Sul, com presença ténue nos países da chamada África branca, só o número de inscrições irá ditar se a sua provável inscrição se manterá.
Refira-se que estamos a falar de uma das mais belas e importantes modalidades olímpicas, claramente em plano secundário no dia-a-dia do nosso Continente. De todas as formas, dos potenciais participantes, espera-se que venham poucos atletas, mas bons.
Semi parada entre nós
A nós, na qualidade de anfitriões, vai-nos restar a possibilidade de “fazer sala”? Parece que sim. O interesse no nosso país, relativamente a este desporto, ao que tudo indica será o de “reabilitar” intra-muros esta bela modalidade, que já foi grande no tempo colonial e que graças ao empenho de alguns “carolas” – com Mussá Tembe à cabeça – ainda fizeram uma “gracinha” nos anos subsequentes à Independência.
Edmundo Ribeiro, o novel presidente e que foi um exímio ginasta, conhece os seus meandros e certamente dará o melhor de si para juntar os poucos atletas que, de forma dispersa, ainda vão “mexendo” o que dela sobra.
As palavras do novo Presidente da Federação, no dia da tomada de posse, são elucidativas: “Há muito tempo que a ginástica está parada. Os Jogos Africanos serão uma oportunidade para ir ganhando alguma experiência com outros países e impulsionar-nos para uma aposta mais forte”.