Os gestores do regadio de Chókwè, na província meridional de Gaza, estão a traçar um plano de contingência destinado a contornar a crise decorrente das intensas chuvas que fustigaram a zona sul, e permitir que os produtores agrícolas locais possam salvar milhares de hectares da cultura de arroz ora submersos.
As recentes chuvas torrenciais, havidas nos dias 18 e 19 do corrente mês, segundo o Jornal “Notícias”, tiveram forte impacto sobre o regadio com uma área de irrigação calculada em pouco mais de 30 mil hectares.
O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa Hidráulica do Chókwè, Soares Xerinda, disse que a pluviosidade aumentou o caudal do Limpopo que, acrescido ao incremento das descargas da barragem de Massingir, inundou extensas áreas agrícolas, situação que também ocorre na cidade de Chókwè.
A fúria das águas, segundo Xerinda, destruiu completamente o descarregador da Vala-3 e consequente retorno dos escoamentos de água do Limpopo para os campos agrícolas e para a urbe.
Para restaurar o funcionamento do regadio, a entidade gestora do empreendimento considera urgente a mobilização de fundos para a reinstalação das banquetas do canal geral, de forma a permitir o restabelecimento do serviço de água.
A reposição do dique de defesa para a protecção da cidade de Chókwè e do regadio contra a invasão das águas do Limpopo é, na óptica dos gestores, uma intervenção importante, para garantir a segurança tanto das populações como das infra-estruturas de rega.
“Para o efeito, impõe-se, com maior brevidade possível, que se passe à elaboração do projecto definitivo de redimensionamento das descargas das valas I, II e III, incluindo a aquisição e instalação de dispositivos de bombagem nas valas I e II”, disse Xerinda.
Para materializar os objectivos, segundo a fonte, as intervenções deverão ocorrer em duas fases distintas, sendo a primeira de cariz de emergência e a segunda voltada para a aquisição de equipamento e construção da infra-estrutura.
No momento, na óptica de Xerinda, pretende-se repor o fornecimento de água ao regadio, sobretudo para garantir a rega do arroz em campo e criar a protecção necessária ao regadio, das aldeias periféricas e da cidade de Chókwè, contra a invasão das águas do Limpopo.