A área de gelo do Oceano Árctico apresentou um encolhimento recorde, superando o mínimo anterior de 2007, num sinal de como a mudança climática está a transformar a região, de acordo com algumas estimativas científicas.
“Atingimos a área mínima de gelo, Quinta-feira(23). Nunca mediu-se menos do que agora”, disse à Reuters Ola Johannessen, director fundador do Nansen Environmental and Remote Sensing Center, na Noruega.
“Está abaixo do mínimo de 2007.” No entanto, o National Snow and Ice Data Center (NSIDC), dos Estados Unidos, considerado por muitos a principal autoridade com relação ao gelo marinho, projectou que o recorde de extensão mínima de 2007 deverá ser quebrado, próxima semana.
A redução registada no verão em geral continua em Setembro. Outros cientistas que monitoram o gelo interpretam os dados de satélite de formas ligeiramente diferentes.
Um painel sobre o gelo compilado pelo Instituto Dinamarquês de Meteorologia (DMI, na sigla em inglês) mostrou que a extensão de gelo encolheu um pouquinho a mais que o mínimo de 2007.
O DMI informou que discordaria do NSIDC para julgar quando o recorde foi batido. O gelo tem encolhido constantemente nas últimas décadas no Árctico, ameaçando o sustento das pessoas nativas e a vida selvagem.
A mudança também tem ajudado a abrir uma área rica em petróleo e gás e traz a promessa de rotas marítimas novas e mais curtas.
“Isso deve-se à mudança climática”, disse Nicolai Kliem, chefe do serviço de gelo do DMI, sobre o declínio do gelo no verão no longo prazo.
Os cientistas calculam que o gelo marinho no verão poderá desaparecer por completo nas próximas décadas. O recuo do gelo pode estar a auto-alimentar-se.
O gelo reflecte a luz solar de volta ao espaço e, à medida que encolhe, expõe a água escura que absorve mais calor, acelerando o derretimento.