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Gaza: cerca de 800 doentes de sida abandonam tratamento

Cerca de 800 doentes de SIDA abandonaram o tratamento anti-retrorival nas várias unidades sanitárias da província de Gaza, Sul de Moçambique, durante o ultimo semestre. Este número corresponde a cerca de 15 por cento de um total de 5.394 doentes que iniciaram o tratamento antiretroviral durante o referido período.

Segundo Isaías Ramiro, director provincial da Saúde em Gaza, as desistências resultam do fraco poder financeiro dos pacientes, aliado as longas distâncias entre as suas residências às unidades sanitárias, entre outros factores.

Alguns doentes alegam que abandonam o tratamento devido a discriminação no seio das suas comunidades. A falta de comida e’ apontada como outra razão que afecta os programas de combate ao SIDA, uma vez que força os doentes a abandonar o tratamento devido a falta de alimentos.

“Preocupa-nos o comportamento assumido por alguns doentes da SIDA na nossa província, sobretudo no incumprimento da medicação. Alguns julgam sentirem-se melhores após a primeira fase do tratamento, optando por desistir imediatamente de levantar os comprimidos”, disse Ramiro, citado pelo jornal “Notícias” de hoje.

Face a esta situação, o Governo provincial e algumas organizações do ramo de HIV/SIDA têm vindo a sensibilizar as comunidades para evitarem discriminar os doentes de SIDA. Igualmente, os doentes têm sido sensibilizados a continuar a frequentar as unidades sanitárias para o acompanhamento médico regular.

Actualmente, disse Ramiro, mais de 370 doentes da cidade de Xai-Xai estão a beneficiar de cesta básica disponibilizada pelo Governo para ajudá-los a prosseguir com o tratamento.

Num outro desenvolvimento, o “Notícias” cita as autoridades da Saúde afirmando que não há ruptura de reservas de anti-retrovirais no país, apesar do atraso registado na chegada de uma remessa de fármacos encomendada no último trimestre.

Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde (MISAU), Leonardo Chavana, actualmente, pouco mais de 217 mil doentes de SIDA beneficiam de tratamento anti-retroviral, número que poderá subir nos próximos dias.

Chavana explicou que no princípio deste ano o Governo encomendou cerca de 24 milhões de dólares em medicamentos anti-retrovirais aos fornecedores, remessa que, de acordo com as projecções iniciais, deveria ter chegado ao país até finais de Maio.

Contudo, este medicamento ainda não se encontra no país devido aos atrasos registados na origem. Com a reprogramação, ficou decidido que os medicamentos chegariam em Agosto, razão pela qual Chavana acredita que os mesmos poderão estar no país a qualquer momento.

“Mas uma coisa podemos assegurar, que apesar dessa demora na chegada dos medicamentos nenhum doente já ficou sem fazer tratamento por falta de medicamentos. Ou seja, os stocks de medicamentos disponíveis são  suficientes para garantir a manutenção da oferta a níveis aceitáveis, até que a disponibilidade seja incrementada com a chegada da nova remessa”, explicou.

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