O projecto de canalização de gás natural para o uso doméstico nas cozinhas da Cidade e Província de Maputo não tem viabilidade. A rede de distribuição instalada há mais de 4 anos com um custo de 38,2 milhões de Dólares serve cerca de duas dezenas de consumidores industriais.
A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) admitiu recentemente que após investir 38,2 milhões de Dólares norte-americanos num gasoduto de 12 quilómetros para a Cidade de Maputo, em parceria com a sul-coreana Kogas, a distribuição do gás natural para uso na confecção de alimentos em residências ainda não tem viabilidade económica.
O @Verdade apurou que desde que o gasoduto foi instalado em 2014 em Maputo serve apenas gás natural a Mozal, Coca-Cola, Socimol, alguns Hospitais de referência e a alguns restaurantes de luxo.
Para o povo existe desde 2017 um projecto que se propunha a canalizar o gás natural para 70 residências, pré-identificadas no bairro do Aeroporto A, contudo até hoje não se materializou. Mas a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos promete que até ao final deste ano 50 famílias irão poder cozinhar com gás canalizado.
Relativamente aos restantes 3,6 milhões de habitantes da Cidade e Província de Maputo não existe qualquer projecto ou perspectiva para canalizar o gás natural para as suas habitações. Aliás grande parte dos novíssimos edifícios públicos e privados ou mesmo moradias não estão a ser edificadas prevendo eventuais futuras canalizações de gás natural.
Também utópico continua o uso do gás natural em automóveis, fonte da ENH explicou que o que origina a fraca aderência continuam a ser os custos de adaptação das viaturas a gasolina ou gasóleo para que possam funcionar também com gás.
Moçambique é produtor de gás natural há quase duas décadas no entanto para uso na cozinha o gás continua a ser importado da África do Sul para onde a Sasol exporta os hidrocarbonetos que explora em Inhambane, vende as suas subsidiárias que posteriormente revendem com elevado custo aos moçambicanos.