A região de Ravia, distrito de Meluco, está a ser invadida por garimpeiros ilegais saídos de Namanhumbir, distrito de Montepuez, outros vindos de diferentes pontos do país e, sobretudo da Tanzânia, onde acredita-se ocorrerem minérios de alto valor.
Ravia faz parte do Parque Nacional das Quirimbas (PNQ), província de Cabo Delgado, e, José Dias, o seu administrador, receia que a fixação dos garimpeiros numa zona de conservação florestal e faunística, possa provocar uma exploração insustentável dos recursos, para além da alegada procura de minerais.
O Jornal “Notícias” confirmou os factos depois de, em finais de Fevereiro último, uma equipa composta por agentes das Forças Armadas de Defesa e Segurança e fiscais do Parque, ter assaltado o local onde se acoitam os garimpeiros ilegais, em Nicujero, nas margens do rio Mitapa, mais para o interior daquela área administrativa.
A operação, que visava controlar a área de conservação, culminou com a descoberta de um acampamento de moçambicanos a estrangeiros que se dedicam à extracção de minérios, com destaque para pedras preciosas do tipo turmalina, águas marinhas e, conforme se fala na área, também do ouro.
Hermínio António, chefe da fiscalização do PNQ, disse tratar-se de actividades interditas ao abrigo da lei de Florestas e Fauna Bravia, e justamente por o acampamento situar-se dentro de uma zona de conservação.
No acampamento estavam três cidadãos de nacionalidade tanzaniana e um moçambicano residente na África de Sul, ora detidos em Meluco, onde esperam o seu imediato repatriamento.
Na operação, foram apreendidos vários objectos e instrumentos que foram usados para a prática contínua da infracção, entre os quais, 14 pás, 13 picaretas, 35 baldes e uma motorizada.
António diz que, no acampamento, foram encontrados sinais de que os infractores instalaram-se há muito tempo no local, pois, são visíveis algumas infraestruturas como barracas de venda de produtos da primeira necessidade, incluindo bebidas alcoólicas.
