Os ministros da Agricultura do G8, junto aos ministros de economias emergentes, entre eles Brasil, Argentina e México, estão pela primeira vez neste fim de semana no norte da Itália para tentar encontrar saídas para a crise mundial de alimentos.
A reunião, que será realizada de sábado dia 18 a segunda dia 20 em Cison de Valmarino, perto de Treviso (nordeste), reunirá os ministros o G8 (Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Japão, França, Canadá, Grã-Bretanha, Itália), os do G5 (Brasil, China, Índia, México e África do Sul) e os de Argentina, Austrália e Egito.
Eles vão debater com instituições como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a União Africana (UA) sobre os preocupantes efeitos da crise econômica mundial sobre o setor agrícola. A reunião foi convocada pelos chefes de Estado e de Governo do G8 durante a última cúpula no Japão, preocupados com o aumento da fome e a pobreza, o que provocou protestos em vários países, entre eles o Haiti.
A volatilidade do preço dos alimentos e o desemprego podem gerar uma emergência sem precedentes e arrastar para a fila dos famintos mais 100 milhões de pessoas nos países pobres, advertiu em um relatório a ONU. Os ministros têm como objetivo preparar um documento conjunto, o qual deve ser submetido à aprovação em julho dos chefes de Estado e de governo do G8 durante a cúpula que será realizada na ilha italiana de Sardenha. “Desde meados de 2008 a situação do mercado agrícola no mundo vem mudando consideravelmente.
A espiral de preços em alta deteve-se com a recessão, mas os problemas de fundo continuam existindo”, reconheceu o ministério italiano da Agricultura, em um documento preparatório. “A segurança alimentar deve ser uma prioridade porque garante paz social. Este é o desafio que temos”, comentaram fontes da delegação francesa.
Para a FAO, o número de pessoas que passam fome no mundo é de cerca de 1 bilhão de pessoas e o dado, em vez de diminuir, tende a aumentar. “A crise de alimentos deve ser abordada adequadamente. A produção agrícola mundial deve multiplicar-se até 2050, quando deverá alimentar quase 9 bilhões de habitantes”, advertiu o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf. “Os líderes mundiais que querem salvar a economia global deveriam investir em massa na agricultura”, pediu.