Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

G19 quer que o Governo de Moçambique “pense cuidadosamente” sobre o sector energético

O grupo dos 19 doadores internacionais (G19) pediu semana passada a Moçambique para que “pense cuidadosamente” nas prioridades no sector energético, área que levou o Governo a pedir este ano à comunidade internacional o equivalente a 417 milhões de euros adicionais para projectos.

Uma semana depois dos violentos confrontos entre populares e Polícia em Maputo, devido ao aumento do custo de vida, que resultaram em prejuízos para o sector da energia, avaliados em cerca de 371 mil euros, o Ministério da Energia reuniu-se Sexta-feira com o G19 (grupo dos 19 Estados que apoiam o Orçamento do Estado moçambicano), do qual faz parte a União Europeia, num encontro consultivo anual.

A par dos constantes roubos de cabos de electricidade, um pouco por todo o país, a empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) registou, nos três dias de confrontos, a perda de várias viaturas, equipamentos, casos de vandalização de agências de venda de energia e de duas bombas de combustível.

Apesar de reconhecerem o esforço do Estado na expansão da energia à população, com vista a reduzir a pobreza e a estimular o desenvolvimento económico, os parceiros internacionais mostraram-se preocupados com a sustentabilidade, a longo prazo, do sector da energia moçambicano.

Falando em nome do G19, o embaixador da Suécia em Maputo, Torvald Akesson, salientou os receios do grupo quanto à actual situação financeira da EDM.

A empresa pública tem, entre outros, o desafio de controlar os recursos e reduzir as perdas eléctricas, técnicas e não técnicas, afirmou Torvald Akesson, que instou o Ministério a “pensar cuidadosamente” nas suas prioridades.

“Como dar prioridade à implementação do Programa Quinquenal com os limitados recursos disponíveis”, além de definir quais as áreas mais importantes em que o sector “deve gastar dinheiro”, garantindo a produção e o crescimento económico nos próximos cinco anos, explicou o embaixador.

“É muito importante a forma como as políticas e os regulamentos para o sector são formulados e aplicados, para estimular os esforços da EDM em operar de modo mais eficiente e sustentável possível e para continuar a implementar o acesso da energia à população”, justificou Torvald Akesson.

De acordo com o embaixador sueco, os projectos de energia para Moçambique estão avaliados em “620 milhões de dólares” (cerca de 488 milhões de euros), montante maioritariamente disponibilizado por financiadores estrangeiros.

Porém, o país terá pedido, ao longo do ano, mais 417 milhões de euros, para assistência a projectos a médio e curto prazos.

Embora os valores sejam elevados, “é importante relembrar que Moçambique continua a precisar de investimentos no sector da energia”, salientou Torvald Akesson.

Durante o encontro, o ministro da Energia, Salvador Namburete, anunciou que, entre 2005 e 2009, 40 dos 128 distritos moçambicanos tiveram acesso à rede eléctrica nacional, projecto que envolveu pouco mais de 80 milhões de euros.

Os custos da expansão e a construção de uma linha de transmissão de energia desde a Hidroeléctrica de Cahora Bassa, na província de Tete, Centro, até Maputo, Sul, justificaram a subida do preço da energia, anunciado em Julho.

O aumento, congelado Terça-feira última pelo Governo, levou os moçambicanos a protestarem violentamente na semana passada.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!